Manchester United está sob austeridade de Jim Ratcliffe
Em Portugal muitos se lembram da palavra austeridade aquando da entrada em cena da troika ou, caso prefira, como que uma espécie de geringonça financeira composta pela tríade FMI, BCE e Comissão Europeia, entre 2011 e 2014. Agora, a troika parece ter chegado ao Manchester United, pela mão do co-proprietário do clube, Jim Ratcliffe.
A última notícia sobre a contenção de custos no Manchester United, conduzida por um dos homens mais rico da Grã-Bretanha (chegou a ser o n.º 1), dá conta da proibição de troca de galhardetes em jogos não oficiais, de pré-época, tal como avança esta quarta-feira o Team Talk.
Durante a pré-época, é tradição, e faz parte das normas de saber estar, classe, boa conduta, fair-play, haver troca de galhardetes, bem como camisolas e outros colecionáveis entre equipas, sobretudo quando o Manchester United – e outros colossos europeus – defronta adversários de menor expressão. O simbolismo da atitude é evidente, mas Jim Ratcliffe olha para isto como gastos dispensáveis.
Segundo mais rico do Mundo mais parece estar perto do fim
A contenção de custos de Jim Ratcliffe, distinguido como Sir pela coroa britânica pelos bons serviços ao investimento e negócios prestados a Inglaterra, tem sido alvo de polémica e críticas: despedimento coletivo de quase 200 trabalhadores, alterações (emagrecimento) nos menus de alimentação da academia e anulação do jantar de Natal e da gala de entrega de prémios anuais.
Aliás, é importante ressalvar que apesar de o Manchester United continuar a ser o segundo clube mais rico do Mundo, superado somente pelo Real Madrid, ‘Sir’ Jim sublinhou a importância de despedir 200 funcionários, pois caso isso não acontecesse, o gigante inglês não teria dinheiro no final de 2025. A ser verdade, isso seria realmente dramático, implicando o fecho de portas dos Red Devils.
Protestos dos adeptos levaram a ameaça de Jim Ratcliffe
Os adeptos do Manchester United têm demonstrado estar contra estas e outras medidas de Jim Ratcliffe e já o fizeram publicamente, em manifestação, como se viu recentemente em relação ao preço dos bilhetes. A reação do oligarca inglês não tardou e surgiu sob a forma de ameaça.
Jim Ratcliffe declarou que deixará o clube caso a pressão dos adeptos se torne, no seu entender, exagerada, ao ponto de afetar a sua família. Ou seja, de uma certa forma, há um paralelismo ao que fez quanto ao pagamento de impostos, tendo trocado de domicílio fiscal: deixou de declarar impostos em Hampshire (Inglaterra) e mudou-se para o Mónaco, poupando sete mil milhões de euros.
A título de curiosidade vale a pena acrescentar que a fortuna pessoal de ‘Sir’ Jim Ratcliffe, fundador e CEO da empresa petroquímica Ineos, caiu, recentemente, um quarto do total, ou seja, 7,4 mil milhões de euros para uns ainda assim muito generosos quase 20 mil milhões de euros.