Portugal enfrenta Alemanha na Liga das Nações
A Seleção de Portugal prepara-se para defrontar a Alemanha nas meias-finais da Liga das Nações. O jogo está marcado para esta quarta-feira (4), às 20h00, na cidade de Munique. A Equipa das Quinas procura assim voltar a levantar o troféu da UEFA, depois de inaugurar a lista de vencedores em 2019.
No entanto, o adversário em causa tem sido historicamente complicado, especialmente jogando em casa. Com efeito, em 19 encontros disputados entre as duas seleções, Portugal soma apenas 3 vitórias, contra 5 empates e 11 triunfos da Alemanha. Assim, recordamos cinco dos duelos mais marcantes entre ambos.
1985: O milagre em Estugarda
Após um brilhante desempenho no Mundial 1966, a Seleção Nacional viveu anos de ausência nas grandes competições e o Mundial 1986 parecia que ia ser mais uma missão falhada. Na última jornada, Portugal precisava de uma conjugação improvável: vencer a República Federal da Alemanha e esperar que a Suécia perdesse com a Checoslováquia. Mas contra todas as expectativas, ambos os resultados aconteceram.
Com um remate em arco que enganou até o comentador, Carlos Manuel colocou Portugal em vantagem. Seguiu-se um grande sofrimento, com remates aos ferros e defesas cruciais, mas a equipa segurou o resultado. Esta continua a ser a única vitória portuguesa em solo germânico. Quatro décadas depois, de Estugarda a Munique, é este o feito que a Equipa das Quinas terá de repetir.
1997: A expulsão em Berlim
A caminhada para o Mundial 1998 trouxe novo duelo com os alemães. A geração de Figo, Rui Costa e companhia permitia a Portugal sonhar alto. Mas mais uma vez, estava em maus lençóis e precisar de vencer na casa dos campeões europeus em título. Ainda assim, num jogo bem disputado, Pedro Barbosa marcou aos 74 minutos e parecia encaminhar os três pontos.
No entanto, um episódio insólito mudou o rumo da partida. Enquanto Rui Costa saía para dar lugar a um colega, o árbitro Marc Batta expulsou-o por alegada demora, não permitindo sequer a substituição. Com menos um jogador, a Seleção Nacional não resistiu e permitiu o empate. No fim, o 3.º lugar no grupo ditou nova ausência num Mundial, mas seria a última até hoje.
2000: O hat-trick de Sérgio Conceição
No Euro 2000, os papéis inverteram-se. Com o apuramento garantido, Portugal enfrentou uma Alemanha em risco de eliminação. Então, os germânicos atacaram com tudo… mas não estavam preparados para Sérgio Conceição.
Habitualmente suplente, o atual treinador proveitou a rotação da equipa e marcou um hat-trick memorável. Marcou de cabeça, de longe e na cara do guarda-redes, selando uma vitória por 3-0. Assim, a Seleção Nacional só caiu nas meias-finais da competição, enquanto os alemães ficaram pelo caminho na fase de grupos, num dos episódios mais humilhantes da sua história recente.
2014: A história que não muda
Com a presença de Portugal cada vez mais regular nas grandes provas, os confrontos com a Alemanha multiplicaram-se, mas também mostraram que a história não se muda facilmente. No Mundial 2006, no Euro 2008 e novamente em 2012, as derrotas repetiram-se, mas sempre com a honra nacional intacta. No entanto, o Mundial 2014 trouxe uma humilhação.
Com uma equipa debilitada fisicamente e um Cristiano Ronaldo a recuperar de lesão, a Seleção foi presa fácil para a futura campeã do mundo. Erros defensivos, a expulsão de Pepe, e um hat-trick de Thomas Muller, acompanhado por um golo de Hummels, resultaram num 4-0 justo. Esse jogo marcou o início de uma campanha portuguesa fracassada, que terminaria na fase de grupos.
2021: O desaproveitamento de uma geração
O mais recente embate entre Portugal e Alemanha aconteceu no Euro 2020, adiado para 2021 devido à pandemia. Há semelhanças notáveis com o encontro desta quarta-feira (4): será disputado em Munique, com prestígio europeu em disputa e um selecionador nacional sob pressão. Foi então que começaram as dúvidas sobre Fernando Santos, que entretanto foram herdadas por Roberto Martínez.
Apesar de um início promissor, com Cristiano Ronaldo a finalizar um contra-ataque brilhante, tudo desmoronou rapidamente. A Alemanha carregou ofensivamente e forçou dois autogolos. Depois, Havertz e Gosens ampliaram o marcador. O golo de Diogo Jota foi meramente decorativo. Assim, a derrota por 4-2, seguida da eliminação nos oitavos-de-final diante da Bélgica, promoveu o debate sobre o desaproveitamento do talento português. Esse debate continua em 2025. Mas será que a história vai mudar dentro das quatro linhas?