Massimiliano Allegri foi apresentado no AC Milan

O reputado técnico italiano Massimiliano Allegri foi apresentado no AC Milan esta segunda-feira, regressando assim a uma casa que tão bem conhece, pois foi o AC Milan que o contratou em 2009/10 ao Cagliari, época em que o transalpino foi considerado o melhor treinador da Serie A, votação plena de controvérsia, pois superou José Mourinho, que então conquistou o triplete no Inter de Milão, ao vencer Liga dos Campeões, Campeonato Italiano e Taça de Itália.

Entre várias questões abordadas, Rafael Leão foi um dos assuntos sobre o qual Massimiliano Allegri se pronunciou: “O Rafa [Rafael Leão] é extraordinário e vai fazer uma grande temporada. Está a aproximar-se da idade da maturidade. Penso que está mais responsável, reuni-me com ele esta manhã, conversei com ele e tem todas as condições para se sair bem.”

Em relação à época passada, em que o AC Milan terminou em 8.º lugar, com o português Sérgio Conceição despedido, Massimiliano Allegri evitou alongar-se: “No futebol é difícil encontrar explicações, não me cabe dizer o que aconteceu no ano passado. Hoje começa uma nova época e temos de nos concentrar nisso.”

Guardar o que de bom foi feito e potenciar a equipa para voar

Segundo o técnico Massimiliano Allegri, puxando de toda a sua vasta experiência, “não é necessária uma revolução”, e explica: “O AC Milan conquistou um troféu [Supertaça], disputou a final da Taça de Itália e fez grandes jogos. Não é preciso uma revolução.”

O técnico, que quando chegou ao AC Milan em 2006/07, teve a hercúlea missão de tentar reerguer o colosso italiano, não se atemoriza com a presente realidade: “Temos de aproveitar as coisas positivas e depois cabe-me tentar fazer com que a equipa dê o seu melhor. Precisamos de muita dedicação no trabalho diário.”

Um gigante tombado, vítima de uma nova era do futebol

Quando se olha para um AC Milan que não conseguiu mais do que o 8.º lugar na última edição da Serie A, é necessário salientar que esta realidade era totalmente impensável, há cerca de duas décadas, quando os rossoneri eram, ainda, um dos portentos europeus e reuniam nas suas fileiras alguns dos melhores futebolistas do Mundo.

O AC Milan é, atrás do Real Madrid, a segunda equipa que venceu por mais vezes (sete) a Liga dos Campeões/antiga Taça dos Campeões Europeus, nas épocas 1962/63, 1968/69, 1988/89, 1989/90, 1993/94, 2002/03 e 2006/07. Na última conquista, o AC Milan tinha, entre outros jogadores, verdadeiras lendas do futebol mundial como Cafú, Nesta, Paolo Maldini, Kaká, Andrea Pirlo, Gattuso, Seedorf, Filippo Inzaghi ou Ronaldo ‘Fenómeno’.

Durante décadas a fio, o AC Milan foi um clube comprador e não vendedor, foi uma das potências europeias, um dos nomes mais temidos e não uma espécie de supermercado para clubes sem história nas competições europeias: porém, o mote foi dado em 2005/06, quando Andriy Shevchenko foi vendido ao Chelsea de Abramovich ou em 2011/12, com Thiago Silva e Zlatan Ibrahimovic vendidos ao petrolífero PSG e assim tem sido desde a entrada de oligarcas no futebol.