Fala, Rui Borges

Rui Borges mostrou-se satisfeito com a atuação do Sporting na vitória sobre o Farense por 3-1 este domingo (2). O resultado mantém os leões na liderança folgada da Liga Portugal, com 50 pontos, seis à frente do Benfica, o 2.º colocado, com 44 pontos.

Na conferência à imprensa, Rui Borges vê a bola parada como uma “arma” da equipa, que funcionou no golo de Diomande originiado a partir de um canto cobrado por Trincão. Antes, Fresneda tinha aberto o placar no minuto 11.

Rui Borges também falou sobre a contratação de Biel, das lesões de Daniel Bragança e Geny Catamo, além da grande forma de Harder, destaque da partida com um belo golo e uma assistência.

Análise da partida contra o Farense

“A bola parada é um momento do jogo específico, em que cada vez é mais difícil parar, esta equipa até é das mais difíceis porque tem gente muito fora nesses momentos. Às vezes, tem a ver com quem bate. É o que é, vamos ser algumas vezes competentes, outras nem tanto, faz parte. Estou feliz pelo jogo que fomos capazes de fazer, independentemente de jogarmos com o FC Porto na próxima semana ou não. Fomos competentes no nosso jogo. Estamos no primeiro lugar, onde queremos estar e só dependemos de nós para o manter. Resta-nos ser competentes em cada jogo. Hoje, que era um jogo importante, com uma equipa com um bloco baixo. Não são jogos tão espetaculares ao nível de qualidade de jogo, porque as equipas adversárias são demasiado defensivas e nós tínhamos de ter essa calma”.

“Na primeira parte, em que tivemos essa calma, principalmente, criámos situações de um para um à largura. Fomos muito competentes, tirando nos últimos cinco, 10 minutos da primeira parte, em que baixámos um bocadinho a intensidade nos duelos. Deixámos o Farense fazer o 2-1 e acreditar. O jogo tornou-se cada vez mais perigoso nesse sentido, porque a segunda parte foi exatamente a mesma coisa: nós com bola, bloco baixo, uma equipa preparada o contra-ataque e ataque rápido. Fomos conseguindo ser fortes nas reações à perda, mais na primeira parte até do que na segunda”.

Chegada de Biel

“Dentro daquilo que perspetivávamos, o Biel é um jogador com características muito próprias. Acreditamos que pode acrescentar ao Sporting algumas coisas que não temos. É um jovem que vem com fome de se mostrar na Europa e nós queremos isso. Dentro do que nos pode oferecer, vai fugir um bocadinho daquilo que nós temos. É mais um para ajudar estou feliz que ele faça parte da nossa família, acima de tudo”.

Momento de Harder

“Em relação ao Harder… É um miúdo. Tem 19 anos, mas por vezes parece um miúdo de 15, porque é aquele miúdo de futebol de rua. Precisamos mais de jogadores de futebol de rua. E tem coisas boas, porque, apesar de, em alguns momentos, faltar-lhe alguma maturidade pela idade não sente muita pressão de substituir o Viktor, que está de fora e que, apesar de tudo, é um jogador marcante no Sporting e no Campeonato Português”.

“Podia sentir essa pressão se não fosse da forma que é. Acrescenta muita energia, essa paixão ao jogo, à equipa. É importante em alguns momentos e tem trabalhado imenso nas dificuldades dele, mesmo em termos defensivos, alguns pequenos pormenores. Tem sido fantástico nesse sentido, estou feliz por tudo o que ele tem dado. É um miúdo feliz, transmite felicidade para todos nós. Lá está! Essa falta de maturidade, em alguns momentos, é positiva para ele”.

Catamo lesionou-se ante o Farense. Foto: Imago

Lesões: Daniel Bragança, Gyokeres, Morita e Catamo

“O Dani [Bragança] penso que foi uma pancada, acho que não passa disso. Em relação ao Viktor [Gyokeres] e ao Morita, é muito dia a dia. Amanhã podem estar bem e começar a treinar, como podem não estar confortáveis nesse sentido. É esperar. Acredito que possam estar disponíveis. Hoje talvez tenhamos perdemos o Geny. É importante ter cada vez mais jogadores disponíveis”.

Recuperação física e anímica de Fresneda

“Acho que está, aos poucos, a ser recuperado nesse sentido. É um miúdo de 20 anos que passou quase um ano e meio sem jogar. As expectativas sobre ele eram enormes, se calhar dele próprio, até. As expectativas estavam altas. Não correspondeu, porque não jogou durante quase um ano e meio. É normal que a confiança baixasse, que desconfiasse dele próprio. É natural em todos nós”.

“A maior confiança que lhe podíamos dar é que ele está a jogar. Vai falhar, tem 20 anos. Volto a dizer, vai falhar imenso. Fico feliz pelo primeiro golo dele. Vai crescer, vai ganhar mais maturidade e confiança. É muito tempo sem jogar. Joga numa equipa grande, primeira classificada, com uma pressão enorme. Por tudo o que isso engloba para um miúdo de 20 anos, está muito bem. Não podia estar mais feliz com a resposta de todos eles”.