O Sporting recebe esta terça-feira o Manchester City, numa espécie de antevisão àquilo que, na Premier League, espera Rúben Amorim. O encontro, referente à quarta jornada da Fase de Grupos da Champions League, está marcado para as 20h.
O ainda treinador leonino fez a antevisão do encontro e falou da atenção que sabe que o jogo terá em Manchester, confirmou a ausência de Gonçalo Inácio e garantiu querer despedir-se de Alvalade com uma vitória.
Rúben Amorim, o Sporting x Manchester City e mais 14 (tópicos)
Expectativas para um City com muitas lesões
“Qualquer jogador do City é de classe mundial. Quando se olha para o onze e para o banco no último jogo entende-se que é uma equipa difícil. Temos de acreditar no que vamos fazer e ir ao jogo com coragem.
Esperamos um jogo muito difícil, contra a melhor equipa do mundo, com o melhor treinador do mundo. Um jogo aliciante, onde queremos ser competitivos e ganhar. Quando entramos em campo é para vencer – faz parte do nosso ADN”.
A identidade do Sporting
“Há três semanas que não treinamos, não temos tido muito tempo. Queremos manter a mesma identidade quando tivermos a bola , mas temos de nos adaptar um bocadinho, não tem muito a ver com coragem. Temos de nos adaptar defensivamente, com bola vamos jogar como sempre”.
Diferenças desde o último confronto
“Evoluímos, somos uma equipa completa, mas eles também. São duas equipas que melhoraram, mas eles jogam num campeonato com outra velocidade e estão num estado de maturação diferente do nosso. Queremos fazer o nosso melhor.
Sinto que sou melhor treinador agora, mas a distância entre o Guardiola e eu mantém-se. Por comparação a essa altura, tenho um plantel melhor, mais preparado. Do meu primeiro grupo, estão o Pote, o Inácio e o Nuno Santos. Em cinco anos não trabalhei sempre com os mesmos jogadores”.
Lesões na defesa
“Inácio está fora. Podíamos arriscar mas vem aí a paragem das seleções, ele está sempre a sacrificar-se em prol da equipa, e não queremos que esteja a sofrer porque a época é longa e ele é muito importante para nós.
O Eduardo Quaresma está convocado mas não pode fazer o jogo todo. O Geny não esteve na última convocatória [frente ao Estrela] estava com um toque”.
Último jogo em Alvalade
“Espero que se ganhe o jogo, vai ser especial, mas mais no final. Até lá será tudo normal, o mesmo stress de sempre. Estou ansioso com o jogo, porque não sei bem o que vai acontecer, o jogo com o Bournemouth mudou tudo.
Enquanto o jogo não passar, só existe o jogo. Não sei o que vou sentir, mas não penso em despedidas – isso acontecerá em Braga. O importante é ganhar. Se vencer com assobios, assino já. A vitória ajudava-me a ir embora com outra alegria”.
Saudades
“Raramente me arrependo de uma decisão tomada. Não tive ainda tempo para sentir saudades, há tanta coisa para fazer e preparar… Não me lembro de nenhum treinador passar por isto, mas claro que vou ter saudades do país, dos meus jogadores, do clube“.
O Sporting sem Amorim
“O Sporting está preparado. Vocês ouviram o capitão, que disse que não precisavam do treinador (risos). São muito maduros, entendem bem o jogo. Será uma mudança, mas a equipa está preparada e tem maturidade para seguir em frente”.
O avião e o West Ham
“Vamos voltar ao mesmo assunto. Fui a Inglaterra. Não fui negociar, fui conhecer o dono mas já tinha a decisão tomada. Decidi ficar [no Sporting] porque falei com o presidente e convenceu-me a ficar mais um ano.
Se pensam que já queria sair no ano passado não posso fazer nada. Aceitei o convite do United e já expliquei porquê. Agora é pensar no jogo de amanhã, depois teremos tempo para falar sobre isso”.
Haaland vs. Gyökeres
“Não me vão ouvir dizer que trocava qualquer jogador meu. Os jogadores da minha equipa são os melhores e o Viktor tem feito muito por nós, ainda no último jogo demonstrou a sua importância”.
Convívio entre treinadores na Premier League
“Vimos de uma cultura diferente, imaginar-me e ao Conceição no final de um jogo a beber um copo de vinho (risos)… Temos de nos adaptar à cultura e não a cultura a nós, claro que farei aquilo que for preciso”.
Inspiração em Guardiola
“Em relação a Guardiola, retirei muita coisa dele, como do De Zerbi, do Jorge Jesus, de quem fui jogador… Inspiro-me em todo o lado, olho para os melhores treinadores do Mundo, e até outros, mas há sempre ideias que podemos aproveitar”.
Comunicação em inglês
“A minha comunicação no início vai ser mais simples, porque será em inglês. Acho que vou ter de passar três meses para me adaptar… dizem que é o suficiente.
Os jogadores não vão ficar ofendidos se disser que são mais básicos, e portanto a comunicação será adaptada, mas também aqui dou indicações em inglês – ao Diomande, ao Hjulmand, ao Viktor. Mas a minha vida será igual: há uma forma de jogo e uma ideia, a comunicação é que será mais básica”.
Confronto com o City daqui a 6 semanas
“São contextos diferentes. Amanhã serei treinador do Sporting e apenas do Sporting, a partir de dia 11 serei treinador do United. As ilações que vão tirar deste jogo não são importantes para mim porque podem ser enganadoras. Se o resultado for negativo, as expectativas vão baixar; se ganharmos vão pensar que chegou o novo Alex Ferguson (risos).
O que me interessa é ganhar, ter uma boa despedida de Alvalade, ganhar em Braga e começar uma nova aventura em Manchester. Quero deixar os adeptos e os meus jogadores felizes e confiantes para o que vem aí, para o resto da temporada”.
Conselhos de José Mourinho
“Ainda não falei com o mister José Mourinho, ele está cheio de jogos e eu também. O impacto que teve na minha carreira foi sobretudo pela forma como me tratou: mostrou-me que se pode ganhar tudo e ser-se uma pessoa diferente do que publicamente se pensa.
É um treinador especial, que nos abriu a porta, e marcante enquanto portugueses. Terei tempo para falar com ele, é muito experiente. Em relação à minha experiência em Manchester, foi o único clube onde fiz um estágio, talvez estivesse escrito que lá regressaria como treinador principal“.