Sporting com problema de segundas partes
O Sporting enfrenta um grande obstáculo se quer ser campeão nacional. O empate 2-2 com o AVS, na 23ª jornada da Liga Portugal, foi mais uma ocasião em que a equipa perdeu vantagem no marcador na segunda parte. Já tinha acontecido contra Vitória SC, FC Porto e Arouca, pelo que se fala num problema de segundas partes.
Assim, os jornais portugueses procuram as razões do apagão leonino no segundo tempo dos jogos. O défice físico dos jogadores, consequência das muitas lesões que afetam o plantel, é a principal razão apontada. Mas também podem haver erros na gestão do treinador Rui Borges.
Estatísticas comprovam o apagão
Segundo um levantamento do jornal Record, relativo ao comando técnico de Rui Borges, o Sporting marca menos golos (12 contra 6) no regresso dos balneários e sofre mais (6 contra 4). Já as estatísticas de posse de bola mostram menos passes totais (2116 contra 1604) e menos passes certos (1916 contra 1357).
Por um lado, a nível defensivo, o Sporting permite mais remates à sua baliza (53 contra 30) e recupera menos a bola (164 contra 204). Por outro lado, a nível ofensivo, a equipa consegue dar mais toques dentro da área adversária (122 contra 110). Já as perdas de bola distribuem-se de forma equilibrada entre as partes (468 nas primeiras e 467 nas segundas).
Porém, o Sporting comete mais faltas nas segundas partes (54 contra 41) e algumas têm sido determinantes para os desfechos do jogo. Ainda neste domingo (23), Ousmane Diomande cometeu uma grande penalidade e depois outra falta que levaram à sua expulsão, criando grandes dificuldades aos leões.
Muitas lesões ou falhas de gestão?
Por usa vez, o jornal Abola conversou com Luís Martins, antigo treinador da formação do Sporting, que deu uma perspetiva técnica: “As questões da motivação e da metodologia de treino, constantemente alteradas com várias lideranças, não ajudaram. Em relação às lesões, o Sporting está a passar uma fase complicada; cada vez que um jogador cai, toda a gente suspira”, aifrmou.
Ele considera que existem soluções para o problema das segundas partes, mas parte do trabalho ficou por fazer: “Esta seria a oportunidade de ter jogadores jovens consolidados, no sentido de terem mais minutos quando as provas estavam a ser bem-sucedidas. Agora, é mais difícil serem eles a assumir a performance mais alta.”
Qual é a principal causa do problema das segundas partes?
Qual é a principal causa do problema das segundas partes?
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Por fim, Luís Martins deixou um recado a Rui Borges: “Dir-lhe-ia que deixasse de falar no ‘é o que é’ e ‘o futebol é assim’. Isso demonstra que está ao sabor das circunstâncias, quando deve ser um treinador a liderá-las e a provocar as circunstâncias positivas, além de saber resolver as negativas”, concluiu.