“Conteúdo não correspondia à verdade dos factos”

Augusto Inácio respondeu a Frederico Varandas, através de um comunicado, após este ter deixado duras críticas ao ex-dirigente do Sporting, na mais recente entrevista que deu ao canal oficial dos leões.

“Em função da gravidade do que foi dito pelo Presidente do SCP na entrevista, e para defesa da minha honra e consideração, reservo-me o direito de atuar juridicamente pelas vias que entender por pertinentes, aqui se incluindo a dedução de queixa por denuncia caluniosa contra o cidadão Frederico Varandas”, é possível ler-se assim no comunicado.

Ademais, Inácio apontou que fez um depoimento no caso do malogrado Siniša Mihajlović (faleceu em 2022), em julho de 2018, através de um documento da SAD verde e branca. Segundo o próprio, assinou “depois de ter recusado assinar uma primeira versão do mesmo dado que o respetivo conteúdo não correspondia à verdade dos factos“.

Será que Augusto Inácio, tal como Frederico Varandas alegou, mudou o testemunho?

“Em agosto de 2018 respondi a um conjunto de perguntas enviadas por e-mail pelo advogado do Mihajlovic. Sendo que não corresponde à verdade que tenha prestado depoimento em dezembro de 2018“, continua. O antigo dirigente nega igualmente que tenha sido ouvido como testemunha presencial na Suíça ou por videoconferência. Aliás, questionou porque é que Varandas lhe imputa responsabilidades pela indemnização que o clube teve de pagar a Mihajlovic.

O presidente do Sporting tinha igualmente afirmado que Inácio tinha um “contrato considerável” como diretor-desportivo na administração de Bruno de Carvalho, ex-presidente leonino. Contudo, este garante que era “diretor-geral do futebol”. Varandas alegou que, quando a administração entrou em funções e dispensou Inácio, este terá mudado a versão no testemunho no caso Mihajlovic.

Frederico Varandas, o presidente do Sporting Clube de Portugal. Foto: Gualter Fatia/Getty Images.

Avanços jurídicos…

“Gostaria de lançar um desafio ao Dr. Frederico Varandas: torne público o meu contrato de trabalho e o meu acordo de rescisão, no qual, por amor ao clube e à causa sportinguista, abdiquei dos três anos de contrato que ainda tinha, tendo apenas recebido até ao último dia que trabalhei”, refere assim Augusto Inácio.

O ex-dirigente já tinha dito que a recuperação dos jogadores “não está a ser bem feita” e que existia “uma empresa que presta apoio de serviços clínicos” ao clube e que pertenceria a Varandas. Por isso, o presidente vai avançar com uma queixa-crime por difamação, enquanto clube e SAD pretendem avançar com uma acusação por ofensa à pessoa coletiva. Em relação a tal, Inácio garantiu que também vai “atuar juridicamente pelas vias que entender por pertinentes“.

Por fim, relembrar que as declarações surgiram face ao atual panorama clínico dos leões. O Sporting tem contado com vários jogadores lesionados e é algo que tem tido muito peso nas escolhas da equipa técnica e até no atual momento leonino.