“Seria hipocrisia da minha parte…”
Frederico Varandas, presidente do Sporting, abriu o livro e falou sobre o atual momento leonino, em entrevista ao canal oficial do clube, a Sporting TV. Desde a recente eliminação na Champions League, passando ao mercado de transferências, sem esquecer esta onda de lesões e, claro, o comentário ao “silêncio” após o falecimento de Pinto da Costa, entre outros temas, o dirigente português tentou, portanto, não se poupar nas palavras.
O presidente do Sporting fez bem em esclarecer tudo o que foi possível, nesta entrevista?
O presidente do Sporting fez bem em esclarecer tudo o que foi possível, nesta entrevista?
10 PESSOAS JÁ VOTARAM
Primeiramente, os leões não emitiram qualquer tipo de nota de pesar pela morte do antigo presidente do FC Porto, comportamento similar ao do rival Benfica. Sobre o assunto, Varandas começou então por referir que se tratou de uma questão “institucional” e que “não se deve misturar questões pessoais com institucionais“: “O nosso silêncio foi institucional, não teve nada a ver com o presidente do Sporting“.
Contudo, justificou a decisão tomada: “O clube não se identifica com alguém que em vida prejudicou a indústria do futebol e não representa os valores do Sporting. Seria hipocrisia da minha parte mudar o que penso desse senhor apenas porque ele morreu. Bem sei que há pessoas que têm a coluna vertebral flexível para se dar bem com Deus e com o Diabo, mas eu nunca tive”, enfatizou um dos presidentes com mais sucesso na história do clube.
Frederico Varandas explica sobre as lesões no Sporting
Sobre a questão das várias lesões no plantel, explicou: “Começámos em novembro com uma vaga de três, quatro lesões. Quando assim é temos dois problemas: não contamos com eles e os disponíveis não vão poder rodar. Vão ser sobrecarregados e lesões trazem mais lesões. Num ano de Champions, final-four da Taça da Liga, em primeiro na Liga Portugal, os jogadores são internacionais…tudo leva então a uma situação complicada de gestão“, afirmou.
O presidente do Sporting abordou a capacidade de investimento em janeiro: “Não vendemos um titular e a SAD investiu cerca de 65 milhões de euros em jogadores que entraram, desde o início da época. Se o Gyokeres se lesionasse em dezembro, eu em janeiro não ia ter mais 20 milhões de euros para ir buscar outro avançado. Não há uma gaveta com fundos ilimitados. Aliás, não é por ter lesões que tenho mais capacidade de investimento”, explicou Frederico Varandas.
Os últimos tempos de Viktor Gyokeres nos leões?
Sobre o goleador, serão assim os últimos meses de Viktor Gyokeres em Alvalade? Eis o que o também médico disse sobre o sueco: “O Gyokeres chegou há ano e meio e no primeiro mercado disseram que ia sair. Depois foi campeão e ficou. Depois disseram que era impossível mantê-lo e ficou. Ele é muito mediático e não vou falar mais sobre isto. Mas os jogadores têm cláusula de rescisão e quando for a altura vamos defender os interesses do Sporting“, salientou.
Por outro lado, Frederico Varandas também não se arrepende da decisão de ter colocado João Pereira como treinador principal do Sporting: “Seria muito difícil tomar uma decisão diferente, desde logo pela construção do plantel. Qualquer que fosse o treinador a vir depois do Ruben Amorim iria ser muito difícil, pelo facto dos jogadores não estarem recetivos a mudarem o que quer que fosse naquela altura“, disse, sendo que elogiou igualmente Rui Borges.
Por fim, o líder verde e branco abordou questões de arbitragem, mostrando descontentamento com algumas decisões, sendo que ficou também com um sabor amargo após a eliminação da Champions: “Defrontámos o atual vice-campeão europeu, mas fica o sabor amargo de que, se tivéssemos outras condições, teríamos discutido a passagem. Mas não havia como dar mais minutos a alguns, pondo em risco o objetivo principal: o campeonato“, rematou.