Tirsense, eliminado por Benfica, faz história

O Tirsense visitou o Benfica nesta quarta-feira (23), em jogo da segunda mão das meias-finais da Taça de Portugal. A partida, no Estádio da Luz, terminou então com derrota jesuíta por 4-0, somando aos 5-0 da primeira mão. Ainda assim, o emblema de Santo Tirso já tinha feito história ao chegar às meias-finais.

Após o apito final, o treinador do Tirsense analisou um jogo com “duas partes completamente distintas“. Então, Emanuel Simões apontou que “na primeira parte, acho que estivemos muito bem, conseguimos, em muitos momentos, não deixar a Benfica jogar e acabámos por sofrer o golo mesmo em cima do intervalo, numa bola parada.”

“Acho que isso mudou um pouco o que aconteceu na segunda parte, porque não é igual ir para intervalo empatado ou a perder com uma equipa contra o Benfica. Hoje, acima de tudo, foi mais uma vez a parte física, em que há uma diferença muito grande entre as duas equipas e as boas paradas hoje também o fizeram”, completou o técnico de 45 anos.

“Duas mãos inviabilizam qualquer possibilidade”

Emanuel Simões deixou então uma crítica à forma como a Taça de Portugal está organizada nas meias-finais: “Acho que as duas mãos inviabilizam qualquer possibilidade de qualquer equipa mais pequena passar a eliminatória. Acho que deveria ser só uma mão e ser sempre em casa do clube mais pequeno por vários motivos, desde os financeiros aos desportivos.”

O Tirsense jogou esta segunda mão com o Benfica quando o Cameponato de Portugal já terminou para si. Assim, o seu treinador apelou à reforma dos calendários: “Se contarmos que o nosso campeonato já parou há 10 dias, é muito desnivelado. Os quadros competitivos em Portugal têm de ser repensados para os campeonatos não profissionais. Não se pode pensar só para cima.”

Desde o início de abril até meio de agosto, não há competição para os jogadores. Não faz sentido nenhum e há que dar visibilidade. A grande vitória do Tirsense foi a visibilidade para uma equipa do Campeonato de Portugal. Há que ver que há mais futebol para além da primeira e da segunda Liga”, completou Simões.

“Foi um prémio para todos nós”

O que significou então a caminhada do Tirsense na Taça de Portugal? “Foi um prémio para todos nós – para os adeptos, jogadores, treinadores e toda a estrutura. Foi um prémio terminar neste ponto, porque o Tirsense é um histórico, com tradição no futebol português, e faz falta aos campeonatos profissionais”, respondeu Emanuel Simões.

Equipa do Tirsense. Foto: FC Tirsense

Ainda assim, o treinador dos jesuítas ficou apenas com um arrependimento: “Foi pena não termos conseguido ainda dar-lhes mais um prémio, de fazer golo no Estádio da Luz. Acho que estivemos perto de o conseguir; tivemos uma oportunidade que, com um bocadinho mais de astúcia, teríamos marcado. Essa era a grande vitória que podíamos ter no jogo de hoje”, concluiu.