Lamento
Foi com algumas semanas de atraso que Rui Costa abordou, nesta terça-feira, todas as saídas e entradas que decorreram no plantel benfiquista durante o último mercado de contratações.
“Quando se fala de um jogador com o carisma do João é sempre uma dor perdê-lo. Fomos rejeitando propostas que tinham chegado mais cedo e de menor valor e fomos fazendo subir as propostas. Chegámos a um valor que era inevitável quer para um lado, quer para o outro. O João não queria sair do Benfica, mas há números que se tornam inevitáveis para o jogador e para o clube”, começou por dizer o dirigente em declarações à BTV.
O médio foi contratado pelo PSG numa transferência que rondou os 60 milhões de euros e que poderá, ainda, render, mais dez milhões aos encarnados caso sejam cumpridos alguns objetivos.
Benfica venceu João Neves pelo preço certo?
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João Neves não tem preço, afirma Rui Costa
“Todos achamos que o João não tem preço, no sentido objetivo, mas temos de olhar para o mercado e perceber como ele está a funcionar. Este foi o mercado mais baixo desde 2016 ou 2017, o primeiro em que não houve uma transferência acima dos 100 milhões de euros. Não estamos aqui para bater recordes, mas sim para valorizar os nossos jogadores. Se num outro ano os 60 milhões eram baixos, na atualidade está no top cinco das transferências mais altas deste mercado. Custa sempre ver partir um dos nossos meninos, mas são necessidades às quais não podemos dizer que não”, acrescentou.
As saídas de Marcos Leonardo, Neres e companhia…
Ainda no que diz respeito às saídas, o líder benfiquista destacou que a saída de Marcos Leonardo para o Al Hilal treinado por Jorge Jesus. “Fomos evitando as propostas pelo Marcos Leonardo até que chegou uma de 40 milhões de euros. Sejamos muito claros, apesar de considerarmos toda a margem de progressão do jogador, essas só aconteciam se ele jogasse. Ter uma proposta de 40 milhões por um jogador que é suplente, era quase inevitável que aceitássemos uma proposta destas”, justificou.
Quem também abandonou a Luz foi David Neres, um dos jogadores predicados da massa adepta. O extremo mudou-se para o Nápoles por 28 milhões de euros – que podem atingir os 30 milhões.
“Apesar de toda a sua qualidade e do que de bom fez no Benfica, não deixa de ser um jogador de 27 anos e que oscilou muito na titularidade. Aceitámos a saída do Neres por um valor substancial e por um jogador que não era titular indiscutível no Benfica”.
Além de Neres, Morato para o Nottingham Forest e João Mário para o Besiktas foram outros dos nomes que mudaram de ares. No caso do central, o espaço ficou mais reduzido com “a continuidade do Otamendi, com a afirmação de António Silva e com a ascensão do Tomás Araújo, arriscávamo-nos a ter o Morato como quarto central, o que num plantel faz mais bancada do que banco”, disse o antigo maestro.
Já João Mário “foi dos homens mais extraordinários que encontrei no futebol, deu-nos muito, foi muito influente no ano do título, mas houve um elo de ligação que se partiu. Nós e o jogador entendemos que era melhor seguirmos caminhos diferentes”.
Os reforços e a fome de Renato
Em sentido inverso, foram vários os nomes que reforçaram o plantel agora treinado por Bruno Lage. O último foi o turco Aktürkoglu proveniente do Galatasaray.
“Só chega no último dia por causa das novas leis da imigração. Nos três jogos que fez deixou marca nos três, esperamos que continue assim, mas vai ao encontro do equilíbrio do plantel. Sentíamos que do lado esquerdo tínhamos menos criadores. Assim, libertamos o Aursnes para outras posições e queremos apostar no Schjelderup e Prestianni”, explicou.
Rui Costa que ainda elogiou Pavlidis, realçou a polivalência de Amdouni, pediu paciência para Kaboré, frisou que Leonardo Barreiro quis muito vir para o Benfica, acredita que Renato Sanches “tem muita fome de voltar a ser o Renato. Hoje está aleijado, mas tenho confiança que ainda vamos ter muito Renato este ano” e que Bruno Lage estará satisfeito com o plantel que encontrou.