Chelsea não quer descolar da rota da Champions

O Chelsea procura manter-se na rota dos lugares de acesso à Liga dos Campeões, depois da derrota com o Ipswich Town (2-0). A dez pontos do Liverpool após três jornadas sem vencer – duas derrotas e um empate – os “Blues” reduziram a margem de manobra para se manterem no topo do campeonato, embora qualquer deslize ainda vá a tempo de ser recuperado, quando estamos a cerca de metade da prova, isto, sem contar variáveis que podem desempenhar o papel de “grão de areia na engrenagem”, situação à qual não é estranha um sensacional Nottingham Forest, que acabou por se intrometer numa luta que ninguém esperaria no topo da tabela da Premier League.

Nesta fase, os “Blues” empataram com o Everton e viram o Fulham de Marco Silva travar uma série sem derrotas no campeonato de dez jornadas consecutivas e 24 pontos somados em 30 possíveis, que projetaram os londrinos para os papéis principais esta temporada. No embate com o Ipswich desperdiçou-se uma oportunidade para consolidar o bom trabalho de Enzo Maresca que, para além da derrota com os “Cottagers” e agora com os “Tractor Boys”, ainda só tinha cedido os três pontos contra o Manchester City, na jornada inaugural, e em Anfield, frente aos atuais líderes da Premier League.

O senhor que se segue é o Crystal Palace e, curiosamente, na primeira volta do campeonato, a receção aos “Eagles” tinha-se saldado por um empate a um golo entre as duas equipas, o que traduz bem a dose de imprevisibilidade própria dos dérbis entre equipas da mesma cidade. Apesar de tudo, o histórico de embates entre as duas equipas dá claramente vantagem ao Chelsea, que venceu 16 dos últimos 20 duelos, empatou um e perdeu três, desde 2015. A última derrota em Selhurst Park data de 2017, no reinado de António Conte (2-1), mas resta saber agora até que ponto esta série de três jornadas sem vencer do Chelsea afetou o grupo, num campeonato com várias equipas traumatizadas pelos maus resultados, que o digam City, United e Tottenham, três emblemas que lutam para sair de uma crise de resultados, em alguns casos, sem precedentes.

Apesar de tudo, as odds das casas de apostas deixam poucas dúvidas em relação ao favorito à conquista dos três pontos:

Nos “Blues”, Cole Palmer é, sem dúvida, a estrela do momento e um jogador que tem vindo a fazer a diferença com 12 golos e seis assistências. O avançado Nkunku, com outros 12 golos, tem sido outro foco de destabilização para as defesas adversárias e ainda se contam Nicolas Jackson (9 golos), Marc Guiu e Madueke (6 golos cada), pelo que não faltam argumentos a Enzo Maresca para apontar à conquista dos três pontos neste dérbi londrino.

É claro que do lado do técnico austríaco Oliver Glasner, a ideia será prolongar o efeito da última vitória contra o Southampton (2-1) para manter o espectro dos lugares de descida bem longe, porque são apenas seis os pontos que colocam os “Eagles” acima da linha de água. O Chelsea, mesmo não sendo uma equipa do “mesmo campeonato” e depois de ter cedido dois pontos na primeira volta em Stamford Bridge (1-1) pode muito bem voltar a ser abordado sem pressão e permitir criar uma surpresa, como já aconteceu esta temporada contra adversários como Tottenham, Aston Villa, ou Brighton, clubes que lutam atualmente no meio da tabela e cujas ambições também estão acima das dos “Eagles”, mas que perderam quando se cruzaram.

Com tanto poderio ofensivo, não admira que as casas de apostas coloquem o Chelsea mais perto do primeiro golo deste encontro:

Habituado a jogar com uma linha de cinco homens na defesa, o Crystal Palace promete exigir muita paciência aos homens de Enzo Maresca, apesar do treinador italiano atacar com muita gente na frente. Com o jogo a realizar-se a 4 de janeiro, em pleno mercado de transferências de inverno, ainda será cedo para entradas e saídas que possam acrescentar variáveis a este duelo, mas é certo que jogadores como o português João Félix, sem espaço nesta equipa do Chelsea, possam rumar a outros horizontes à procura de tempo de jogo e retirar argumentos aqui e ali, sobretudo quando se sabe que a equipa ainda se encontra envolvida em todas as frentes competitivas e a temporada ainda só vai a meio.

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