António Simões analisa o Eterno Dérbi
António Simões, uma das glórias do Benfica, vencedor da Champions League pelas águias e antigo internacional português, que esteve no Mundial de 1966, falou em exclusivo ao Somos Fanáticos.
O antigo jogador acredita que o marcador final do jogo do passado sábado (10) entre Benfica e Sporting é justo. “O resultado está certo. Aliás, há pessoas que dizem o seguinte: que o resultado se aceita. Então, porque é para não se aceitar?“, começa por referir a antiga glória encarnada.
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No que diz respeito à sua análise ao duelo jogado no Estádio da Luz, Simões avalia que o golo madrugador dos leões fez mudar todo o desenrolar do Eterno Dérbi, que terminou empatado em 1-1, com tentos anotados por Francisco Trincão e Akturkoglu.
“É claro que o golo obtido pelo Sporting muito cedo imediatamente condicionou ambas as equipas. Uma (o Sporting) a perceber que tinha de controlar o jogo, e a outra (o Benfica) a perceber forçosamente que tinha de dominar. Normalmente há esperança que um golo mexa com o jogo, não foi bem isso que aconteceu, embora o Sporting tenha controlado muito bem o primeiro tempo. E o Benfica não criou muitas oportunidades, apesar dos espaços”, analisa António Simões.
Simões acredita na continuidade de Lage no Benfica
Apesar de neste momento a conquista do campeonato nacional por parte de Bruno Lage ser um cenário difícil, o antigo internacional português acredita que isso não terá impacto na continuidade do treinador no comando do emblema encarnado.
“Essa é a pergunta que toda a gente quer fazer. É importante não esquecer que ainda há uma outra competição em jogo, a Taça de Portugal. É uma final que o Benfica poderá ganhar. Se por ventura perder o campeonato e vencer a Taça, não vejo qual a razão para mudar de treinador”, defende o antigo campeão da Champions League.
No entanto, para além da questão sobre a mudança do comando técnico, António Simões chama a atenção para a necessidade de uma reflexão no que diz respeito à postura administrativa por parte da direção benfiquista.
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“Antes de pensar na decisão a tomar sobre o treinador, julgo que há muitas outras coisas que o Benfica tem necessidade de refletir. Eu não estou dentro do clube, não sei o que se passa lá dentro, mas nós temos uma leitura cá fora de que existe alguma inércia, digamos assim.”
António Simões, antigo jogador do Benfica. Foto: Arquivo pessoal de António Simões.
Elogios ao Sporting… de Ruben Amorim
António Simões admite que, até à saída de Ruben Amorim dos leões rumo ao Machester United, considerava que o Sporting iria ser campeão da Liga Portugal sem enfrentar muitos obstáculos de seus grandes rivais.
“Confesso que a determinada altura, quando o Sporting teve oito pontos de avanço sobre o Benfica, a sensação que tive era que iria ganhar o campeonato com relativa facilidade.”
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No entanto, após a saída do técnico ao Diabos Vermelhos, as águias aproximaram-se e estão na luta até à última jornada. Simões admite que esse dado (troca de treinadores) pode ter tido impacto na disputa ferrenha pelo título do campeonato.
“Tudo indica que sim, as contas estão à vista. Se há verdade absoluta sobre isso, digo que não. Agora, é lógico que, se o Sporting ganhar ao (Vitória) de Guimarães, será campeão com três treinadores. Não é muito normal isso acontecer”, avalia.
Simões comenta o recorde de Lamine Yamal
Recentemente, Lamine Yamal, a jovem estrela do Barcelona, bateu o recorde de jogador mais jovem a marcar numa meia-final da Champions League, que pertencia a António Simões desde 1962. O antigo jogador português reage com naturalidade e até com alguma satisfação pela sua marca ter sido ultrapassada.
“Eu vi os jogos, tenho visto este jovem, ele tem um dom que Deus lhe deu, que é fantástico. Ainda vai crescer, ainda vai ser melhor e, com os instrumentos que têm, conseguir crescer mais rápido. Foi muito interessante ele ter batido o meu recorde, confesso que nem sabia que tinha essa marca”, afirma.
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Todavia, António Simões relembra que Yamal não irá conseguir bater outro recorde que também é seu, como o campeão europeu de clubes mais jovem da história, graças à eliminação do Barcelona na meia-final da competição, frente ao Inter Milão, num insano marcador agregado de 7-6 para os italianos.
“Há ainda outro (recorde) que este miúdo já não vai conseguir bater, o de campeão europeu mais jovem de sempre, que também é meu. Agora vou ficar à espera que mais um prodígio consiga fazê-lo. Os recordes são para serem batidos, eu sinto o desejo de que alguém o faça, porque a história é contada assim“, conclui em entrevista exclusiva ao Somos Fanáticos.
