“Quo vadis”, Boavista?
O Boavista, um dos históricos clubes do futebol português, encontra-se submerso numa crise profunda e Fary Faye, presidente da SAD, mostra-se atualmente sem saber muito bem como sair da mesma. Esta quarta-feira (25), os axadrezados falharam a apresentação de toda a documentação e pressupostos financeiros para poder competir na Liga 2.
Os boavisteiros, depois de uma má época na Liga Portugal, caíram para o segundo escalão. Para um clube com a tradição do Boavista, já seria algo muito negativo, mas, para agravar ainda mais a situação, o clube do Bessa nem na segunda liga poderá competir. Após toda esta situação, o futuro é incerto e o ex-avançado e atual dirigente explicou aos jornalistas, entre outros assuntos, a situação que os impediu de se inscreverem nos escalões profissionais.
Explicação dos acontecimentos: “Faltaram-nos as certidões à Segurança Social e à Autoridade Tributária. O primeiro momento em que podia ter ficado resolvido surgiu com a transferência falhada de Bozeník, no valor de cerca de 2,5 milhões de euros – falhada por questões legais. O segundo momento surgiu com uma transferência de 2,5 milhões de euros, enviada por Gérard López [acionista maioritário da SAD], mas que não caiu na conta no prazo devido.”
“Amo e respeito o Boavista”, afirma Fary Faye
Incertezas sobre o futuro: “Não sei o futuro, não sei onde vamos recomeçar. Isto apanhou-nos por surpresa, porque não estávamos a contar com isto. Ainda hoje estive em reuniões para inscrever jogadores na Liga 2, tínhamos quatro contratados, dois a apresentar na próxima semana.”
Pedido de desculpas: “Eu estou completamente de rastos, peço desculpa, não pensei que isto nos fosse acontecer. Fizemos tudo o que podíamos para inscrever o Boavista, fizemos tudo para ter os papéis, mas o dinheiro não chegou a tempo. Fizemos tudo o que podíamos. Amo e respeito o Boavista.”

O Boavista, histórico clube português, volta a sofrer uma dura descida pela via administrativa. Foto: Boavista FC.
“Que este clube recupere o respeito e a credibilidade que teve no passado”
Situação atual: “Desde manhã que estamos à espera do dinheiro, que foi mandado dia 23, segunda-feira, e que até agora ainda não chegou. É muito complicado eu falar nesses momentos, porque isto é uma casa de 120 anos. O trabalho que conseguimos fazer este ano, reconhecido por muita gente, foi tentar cumprir com tudo.”
Uma surpresa desagradável: “Hoje estava a reunir-me com pessoas de França e outros para inscrever jogadores na Segunda Liga. Já se contrataram alguns jogadores, mas não oficialmente. Oficialmente, já se tinham contratado quatro jogadores e estávamos à espera de hoje, para na próxima semana apresentá-los e fazer tudo. Infelizmente, aconteceu isso, o que foi uma grande surpresa e uma das piores surpresas, porque nunca pensei que isso nos acontecesse.”

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Futuro imediato do Boavista, na visão de Fary Faye: “Começar por onde? Eu estou a dizer, não sei, porque isso apanhou-nos de surpresa. Não estávamos a contar com isso, não estávamos mesmo a contar com isso. Mas o que eu mais quero na minha vida é que este clube recupere o respeito e a credibilidade que teve no passado para voltar a estar no lugar que merece. Porque o Boavista, seja connosco, seja sem nós, nunca vai morrer, se Deus quiser.”