Dez atletas formados em dragões e águias poderão cruzar-se com ex-equipas
Vitinha, João Neves e Gonçalo Ramos (Paris Saint-Germain), Ederson, Bernardo Silva e Rúben Dias (Manchester City), João Cancelo e Rúben Neves (Al Hilal), pela Juventus, o espalha-brasas Francisco Conceição e Fábio Cardoso (Al Ain) serão os representantes das academias de formação de Benfica e FC Porto presentes no Mundial de Clubes.
Como se pode constar pela lista apresenta, o Benfica é o mais representado, com sete jogadores – João Neves, Gonçalo Ramos, Rúben Dias, Ederson, João Cancelo, Bernardo Silva e Fábio Cardoso -, enquanto o FC Porto terá os médios Vitinha e Rúben Neves, bem como o extremo Francisco Conceição.

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Na fase de grupos, FC Porto e Benfica não vão defrontar os seus diamantes, pois nenhum dos clubes onde atuam portugueses formados em dragões e águias fazem parte dos grupos A, dos azuis e brancos, e C, dos encarnados.
Confrontos diretos para seguir com atenção no Grupo G
No Grupo G, o sorteio ditou que Juventus e Manchester City ficassem juntos, o que significa que haverá duelo de portugueses. Do lado da Juventus estará Francisco Conceição, que vai defrontar o seu antigo companheiro de equipa no FC Porto, Vitinha, pois fizeram parte do plantel portista na época 2021/2022 e juntos festejaram a conquista do título de campeão de Portugal.
Francisco Conceição terá do lado oposto dois companheiros na Seleção de Portugal – Rúben Dias e Bernardo Silva -, mas, falando de forma clubística, serão adversários, já que o extremo chegou ao FC Porto em 2017/18, proveniente do Sporting e realizou três épocas de formação nos dragões.

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Já tanto o central Rúben Dias como o médio Bernardo Silva foram nascidos e criados nas escolas do Benfica, não tendo envergado outra camisola além da encarnada até terem deixado Portugal e rumado a outras paragens.
Um internacional canarinho
e um ‘outsider’ na ementa
Quanto a Ederson, recorde-se que chegou ao Benfica das escolas do São Paulo, ainda muito jovem, tendo realizado duas épocas nos juniores A das águias, ou seja, parte da formação aconteceu também na Academia do Seixal. Depois saiu para o Ribeirão, brilhou no Rio Ave e em 2015/2016 voltou ao Estádio da Luz para mostrar a sua enorme qualidade que o levou para o Manchester City na época seguinte.

Ederson passou pela formação do Benfica antes de brilhar ao mais alto nível.Foto: Alex Davidson/Getty Images
E ainda há Fábio Cardoso, que como sénior chegou ao FC Porto, opção regular no clube azul e branco, mas que fez a formação no Benfica e joga pelo Al Ain (Emirados Árabes Unidos), também do Grupo G. O central terá assim inevitáveis duelos com os compatriotas de Manchester City e Juventus.

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Rúben Neves, o menino
que estava predestinado
Resta referenciar, em termos de perspetiva do que se pode esperar neste Mundial de Clubes, a dupla de portugueses formados no Benfica e no FC Porto que atua no milionário Al Hilal, da Arábia Saudita e juntar-lhe um percurso de duas águias em tudo bastante semelhante.
Comecemos pelo médio Rúben Neves, formado nas escolas azuis e brancas, pois, desde muito novo, foi-lhe vaticinado um futuro grandioso. Recorde-se que Rúben Neves desde logo brilhou ao tornar-se no jogador mais jovem do FC Porto a marcar um golo na Liga, com 17 anos e 155 dias.

Rúben Neves destacou-se assim que foi chamado a jogo na equipa principal do FC Porto.Foto: Christof Koepsel/Getty Images
Os recordes não se ficaram por aqui, já que Rúben Neves foi também o jogador mais jovem a capitanear uma equipa na Champions League, o FC Porto, com 18 anos e 221 dias e ainda foi o mais novo a começar a titular no FC Porto e o mais jovem jogador português a estrear-se na Liga dos Campeões.
Cancelo e Bernardo, talentos desperdiçados por Jesus
Já João Cancelo não teve a mesma sorte ou destino, se preferirem. Apesar de todo o talento que evidenciava na equipa B do Benfica e de ser por demais evidente tratar-se de um jovem muito acima da média, o lateral jogou apenas 70 minutos (dois jogos) na equipa principal das águias, liderada por Jorge Jesus e precisou de sair para o Valência para ter oportunidade de explanar toda a sua qualidade.

João Cancelo e Bernardo Silva superaram o ‘síndrome Jorge Jesus’ e voaram bem alto longe da Luz.Foto: Dean Mouhtaropoulos/Getty Images
Aliás, João Cancelo não foi a única vítima da aversão de Jorge Jesus em apostar na cantera benfiquista: Bernardo Silva, atualmente um dos melhores do Mundo no seu lugar, adorado por Pep Guardiola, atuou em três partidas pela equipa principal do Benfica, 31 minutos, facto que olhando agora à distância chega ao nível do surrealismo.

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Tal como João Cancelo, também Bernardo Silva viu-se obrigado a emigrar para ver o seu talento reconhecido e como contra factos não há argumentos, desde logo se impôs no Mónaco, aos 20 anos, e passadas duas temporadas estava no Manchester City, a passear classe na Premier League.