Antecipava-se e confirmou-se: o Botafogo vai disputar a Libertadores com o Atlético-MG, depois de eliminar o Peñarol nas meias-finais. Artur Jorge pode assim conquistar o maior título do futebol sul-americano, à semelhança de Jorge Jesus e Abel Ferreira.
Nunca perder soube tão bem
Depois de, em casa, o Botafogo ter imposto ‘chapa 5’ aos uruguaios, a segunda mão destas meias finais parecia quase uma formalidade. O Peñarol, no entanto, vendeu cara a qualificação, num jogo eletrizante do princípio ao fim (3-1).
O Estádio Centenário pulsou de apoio ao conjunto de Montevidéu, viu quatro golos e duas expulsões, equipas nervosas e confrontos entre jogadores. Em nenhum momento se sentiu, no entanto, que a presença da equipa de Artur Jorge na final pudesse estar ameaçada, menos ainda comprometida.
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O Peñarol, como lhe competia, procurou a baliza adversária desde o primeiro minuto, e concretizou as suas intenções à passagem dos vinte minutos, com um golaço de Báez. Foi com esse tento solitário que os uruguaios chegaram em vantagem ao intervalo, momento em que perderam… o seu guarda-redes.
Já depois do apito do árbitro, Aguerre envolveu-se numa discussão com John, o também guarda-redes do Botafogo, e, assim que o brasileiro lhe virou costas, deu-lhe um pisão no tornozelo. Confusão instalada e expulsão.
No regresso dos balneários, e mesmo com um homem a menos, o Peñarol chegou ao segundo golo — e novamente através de Báez, com outro pontapé de levantar qualquer estádio.
Aos 69′, o Botafogo ficou, como o Peñarol, reduzido a dez. No espaço de um minuto, Mateo Ponte, entrado já no decorrer do segundo tempo, viu dois cartões amarelos e um vermelho. A expulsão do uruguaio reacendeu as esperanças dos seus compatriotas.
Apostado em defender a vantagem conquistada uma semana antes e garantir uma vaga histórica na final, o Botafogo apostou no contra-ataque e foi com a aposta na velocidade que reduziu, aos 88′, por Thiago Almada.
Um minuto depois, Facundo Batista cravou o 3-1 final, mas não impediu a festa brasileira: o Botafogo carimbou o passaporte para a final em Buenos Aires, marcada para 30 de novembro, na primeira disputa continental da história do clube.
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Final canarinha
No final do encontro entre Peñarol e Botafogo, Artur Jorge era, obviamente, um homem feliz. Em declarações citadas pela Globo Esporte, o português destacou o grupo de trabalho.
“O objetivo principal foi completamente atingido: chegar à final, um marco histórico. É isso que deve ser destacado, o facto de este grupo de jogadores conseguir pela primeira vez colocar o Botafogo numa final da Libertadores. É um grupo de atletas que vai ficar na história do clube, pela forma com que conseguiram fazer toda uma trajetória desde os playoffs”, começou por dizer.
“É um momento histórico: é chegar a um patamar muito alto, é estar no topo daquilo que são as competições sul-americanas. Dois jogos, 6-3, fomos melhores, estamos felizes. Perdemos aqui, mas estamos na final. Extraordinário para nós: os jogadores foram excecionais e colocaram o Botafogo num patamar mais alto ainda”, acrescentou o técnico natural de Braga.
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Concretizada a final esperada pelos brasileiros, uma coisa é certa: será a sexta conquista consecutiva da Libertadores por parte de um conjunto canarinho. A série vitoriosa começou com o Flamengo de Jorge Jesus, em 2019, e teve continuidade com Abel Ferreira e o seu Palmeiras em 2020 e 2021.
Em 2022, o Flamengo voltou a levantar a taça da maior competição de clubes da América, que em 2023 foi vencida pelo Fluminense. Agora, em 2024, Botafogo e Atlético-MG disputam uma final inédita.