Santos x Flamengo: Neymar mostra a Filipe Luís que certas coisas não podem ser medidas por GPS em treinamento

Neymar marca e Santos derrota o Flamengo

Líder do Brasileirão, o Flamengo foi surpreendido pelo Santos e perdeu por 1-0, com golo de Neymar. A derrota vem na sequência de uma polémica entrevista de Filipe Luís em relação a Pedro, camisola 9 do Mengão e maior marcador do futebol brasileiro desde 2020.

Após vitória contra o São Paulo no último sábado, o treinador do rubronegro carioca fez duras declarações sobre o ponta de lança para justificar sua ausência na convocatória. A conferência de imprensa do ex-jogador de Chelsea e Atlético Madrid gerou enormes debates no Brasil.

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Na entrevista, Filipe Luís disse que a postura de Pedro durante a semana havia sido um “deboche”, com atitudes “lamentáveis”. Em relação aos treinamentos, o técnico afirmou que “Pedro foi o último em tudo no GPS”. E, aos 33 anos, Neymar, em condição física longe da ideal há tempos, castigou o Flamengo para garantir o triunfo do Santos no minuto 84.

Flamengo sentiu ausência de um homem-golo

Fora a “bronca” pública, admirada por uns e criticada por outros, a derrota desta quarta-feira pode trazer lições ao jovem e promissor treinador – que está correto em cobrar profissionalismo de seus jogadores, é claro. No entanto, os números e estatísticas, em sua frieza, não definem tudo numa partida de futebol. E os dados de Santos x Flamengo ajudam a dar um exemplo disso.

Os visitantes tiveram 75% de posse de bola, mais remates, melhor precisão de passe (90% frente a 77% dos anfitriões), menos faltas e quase 500 passes a mais. E, no final, apenas uma estatística prevaleceu: o 1-0 do golo de Neymar, tantas e tantas vezes justamente cobrado e criticado por sua postura e falta de dedicação.

Com um ataque rápido de bastante pressão para recuperar a bola, com Luiz Araújo, Bruno Henrique e o ex-Sporting Gonzalo Plata, o Flamengo foi incapaz de agredir o Santos. Faltou à equipa de Felipe Luís alguém como… Pedro. Na segunda parte, entrou o esforçado Juninho, que não tem poder de decisão e apresenta um faro de golo questionável.

Pedro e Filipe Luís em jogo do Flamengo no Brasileirão. Foto: Miguel Schincariol/Getty Images

“Jogo é jogo, treino é treino”

Isso coloca em questão a briga pública com Pedro. Apesar de ter se lesionado gravemente em setembro, o ponta de lança foi o melhor marcador da equipa em 2024, com 32 golos. O mesmo ocorreu em 2023, com 35 golos, e em 2022, com 29. Ou seja, o avançado deve, pelo menos, estar no banco de suplentes para situações de jogo como houve no Santos x Flamengo.

E Neymar provou que as estatísticas podem enganar. Na partida, ele teve apenas 50 toques na bola. De 15 duelos, ele ganhou apenas 7 e perdeu a posse de bola 15 vezes, segundo o Sofascore. Desde que regressou aos relvados, em abril, Pedrou anotou 5 golos e 3 assistências. Com mais minutos em campo, Neymar anotou 4G/3A.

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É claro que a máxima “jogo é jogo, treino é treino”, imortalizada por Didi (campeão mundial em 1958 e 1962), pode não se aplicar mais ao futebol moderno. Mas a lição do antigo craque brasileiro deve valer pelo menos para reflexão. Afinal, não à toa Didi era chamado de “Mr. Football”. Ou seja, com essa alcunha, seus ensinamentos devem ser ao menos ouvidos.