Lamine Yamal, o nome do presente e… Do futuro
António Simões, lenda do Benfica e da Seleção Nacional, acredita que Lamine Yamal vai tornar-se o melhor jogador do mundo nos “próximos anos”. O antigo futebolista fez muitos elogios ao extremo do Barcelona, que fez exibições de encher os olhos frente ao Inter Milão nas meias-finais da Champions League.
Em entrevista ao jornal Mundo Deportivo, Simões avalia que Yamal tem um dom divino para jogar futebol. Ele também considera que o facto de o espanhol de 17 anos estar no Barcelona contribui para o seu desenvolvimento a nível mundial.

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“Bem, há algo com que ele veio ao mundo… Um dom. Esse dom podia ter aparecido noutro país, noutra cidade, noutra academia ou clube qualquer. Mas, em primeiro lugar, há certa satisfação porque pertence a uma grande academia de um grande clube: o Barcelona. Em segundo lugar, porque a dimensão do clube o projetou rapidamente ao mundo inteiro. E em terceiro lugar — embora talvez devesse ser o primeiro —, Deus Nosso Senhor deu-lhe esse dom. Estou plenamente convencido de que, nos próximos anos, será o melhor“, disse ele.
“Não vejo em nenhum outro jovem, de nenhum outro clube nem de nenhum outro futebol, um talento tão enriquecedor como o deste rapaz. Se continuar assim e continuar a crescer — e creio que o Barça tem tradição em acompanhar esse crescimento —, estou convencido de que será o melhor de todos nos próximos anos“, afirma Simões, sobre o futuro de Yamal.

Lamine Yamal após Inter x Barcelona. Foto: Dan Mullan/Getty Images.
Mais talentoso que Messi e Cristiano Ronaldo?
Aos 17 anos, Yamal acaba por ser comparado a Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, os dois principais nomes das premiações do desporto nos últimos anos. No entanto, Simões vê o extremo espanhol mais próximo do argentino, em vez de precisar “trabalhar muito” como demonstra a trajetória do avançado do Al Nassr.
“Em primeiro lugar, creio que quanto ao dom, ao talento e à ‘arte em movimento’ que é o futebol, este rapaz parece-se muito mais com Messi do que com Cristiano Ronaldo. Em segundo lugar, há que reconhecer que Cristiano Ronaldo é o reflexo de muitíssimo trabalho – e isso respeitamos profundamente -, uma demonstração clara de que, com esforço, se pode alcançar as estrelas. Em contrapartida, este jovem do Barcelona é a prova e a confirmação de que há pessoas a quem Deus dá um dom natural. Ele nasceu com esse dom, e será a partir daí que construirá a sua carreira. Claro que terá de trabalhar, sim, mas não precisará de o fazer tanto como o fez Cristiano Ronaldo“, analisa ele.
Do antigo recordista para o novo recordista
Recorde-se que António Simões era o antigo recordista de ser o mais jovem a marcar um golo numa “meia” na prova milionária com 18 anos, 3 meses e 8 dias – na vitória contra o Tottenham em 1962. Esta marca acabou por ser superada por Lamine Yamal na primeira “meia” contra os italianos, visto que tinha 17 anos, 9 meses e 18 dias na ocasião.

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“[…] E então este rapaz, creio que vai ser o rei. O rei está para vir. Os outros dois reis estão a terminar. E felizmente não vai haver nenhum espaço vazio. Já temos um sucessor. Desejo-o, com toda a sinceridade, tenho simpatias pelo Real Madrid, mas também tenho pelo Barcelona porque são dois grandes clubes, os maiores de Espanha, há muito tempo, e tenho muito respeito e confesso que olho para este rapaz a jogar desta maneira e digo assim: ‘Ostras, mas por que é que ele não vai bater o meu recorde (de mais jovem até agora a ganhar uma competição europeia)? Por que é que o Barcelona não vai ganhar com ele?’ Pois que o faça, porque os recordes são só para serem batidos, senão, imaginem o que é que eu há 63 anos tenho este recorde… Não tem nenhum sentido. Não me digam a mim que não consigo ver o recorde batido”, completou ele.