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Pedro Mantorras remata: "Fazer 70 ou 80 jogos por época potencia as lesões graves"

O internacional angolano sabe bem o que é enfrentar uma lesão grave, principalmente no joelho

Pedro Mantorras no Mundial 2006, contra Portugal. Foto: Imago
Pedro Mantorras no Mundial 2006, contra Portugal. Foto: Imago

Pedro Mantorras, antigo jogador do Benfica e da seleção de Angola, sabe como as lesões graves, principalmente no joelho, podem colocar uma carreira em risco. O ex-avançado avisa que o processo implica muito sofrimento e solidão, mas que o mais importante é não haver pressa de regressar.

Cada vez há mais lesões graves

Tiago Santos, internacional português, foi o último a sofrer uma lesão desse género, com uma rotura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. Antes do jogador do Lille, casos como Rodri (Manchester City), Ter Stegen (Barcelona), Bremer (Juventus), Carvajal ou Alaba (Real Madrid) tiveram desfecho similar.

Ultimamente, muitos jogadores têm manifestado a sua indignação acerca dos calendários super-preenchidos e a existência cada vez maior de lesões graves. Dessa forma, ao jogarem tantos jogos, têm vindo a referir que estão a colocar em risco a saúde deles próprios e até já colocaram a hipótese de fazerem uma greve. Hoje em dia, muitos acabam por jogar quase “de três em três dias”.

Um dos mais afetados por lesões e excesso de carga, apesar de não ser como nos dias atuais, foi Pedro Mantorras. Um jogador bem conhecido e acarinhado do povo português e sabe bem acerca dos sentimentos sobre como é ter uma grave lesão no joelho…e seguida de outras (foram quatro operações, no total). Uma carreira que poderia ter sido muito maior e melhor do que aquela que foi.

Em entrevista ao jornal ABola, o angolano salientou que os jogadores correm cada vez mais riscos e que uma lesão num joelho acarreta momentos de duras dores físicas e mentais.

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“Hoje, é uma verdadeira loucura”

“Hoje, olhamos para os calendários e é uma verdadeira loucura. Jogos, mais jogos, viagens, estágios. A família longe. É tremendamente difícil porque tudo isto provoca fadiga e a fadiga provoca lesões“, refere o ex-internacional por Angola, para quem a indignação de alguns jogadores, sobre a quantidade de jogos efetuados, deve ser levada muito a sério.

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“Não tenho dúvidas de que fazer 70 ou 80 jogos por época, às vezes mais, potencia as lesões e principalmente as lesões graves. O joelho é uma área muito sensível do nosso corpo e não é por acaso que vemos tantos casos a acontecerem, de Ter Stegen a Rodri, do Carvajal ao Tiago Santos. Chegou o momento de dizermos basta porque os nossos corpos não suportam todo este esforço. É preciso parar para pensar e não é por acaso que um grande número de futebolistas vão enfrentando longos períodos de inatividade“, salienta, antes de avançar para o seu próprio caso.

“Eu sei bem do que falo e ainda hoje é doloroso recordar todas aquelas horas no ginásio. O queres avançar e sentires que a dor não desaparece. O desânimo acaba por complicar ainda mais o que já é difícil”, admite.

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“Se ele [Tiago Santos] quiser, pode ligar-me”

Para Pedro Mantorras, por exemplo, o caso de lateral direito português é realmente complicado: “O menino estava muito bem. Pode escrever que se ele quiser pode ligar-me. Ou eu a ele. É uma fase complicada” Destacamos que Tiago Santos estava no melhor momento da carreira. Foi para o Lille, tem sido um dos destaques do campeonato francês e, inclusive, chegou à Seleção.

Mantorras avisa que passar da felicidade à frustração torna tudo mais difícil de gerir e aconselha: “É preciso avisá-lo que passará por momentos de solidão. Momentos que tem de gerir a dor e não desanimar. E sobretudo dizer-lhe que não tenha pressa em voltar. São seis meses, não são três ou quatro. São seis ou mais e não adianta forçar. A pressa é a nossa maior inimiga“, remata.

“O que segura o meu joelho são os músculos”

Também numa conversa com o jornal Record, o jogador chegou a confidenciar o seguinte: “No inverno estou cá em Angola e no verão estou em Portugal. No inverno sinto muitas dores para subir as escadas. Não tenho cartilagem e o que segura o meu joelho são os músculos.”

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Recordamos que Mantorras recebe um salário vitalício do Benfica e que se estreou há 25 anos no campeonato português, por meio do FC Alverca (clube recém promovido à segunda divisão de Portugal). Além disso, continua a ser um dos jogadores que mais respeito e carinho recebe do povo luso, não importando a cor da camisola que prefira vestir.

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