José Mourinho comenta Gyokeres na Premier League
José Mourinho foi ele próprio numa longa entrevista ao Canal 11. Ao longo da conversa, o treinador do Fenerbahçe abordou vários temas, incluindo a transferência de Viktor Gyokeres para a Premier League. Então, comentou tanto o valor do jogador como o mediatismo à sua volta:

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“É um grande jogador. Mas o Sporting tinha uma maneira de jogar muito adaptada. Em Inglaterra vai jogar contra equipas mais fortes e jogadores melhores. Infelizmente, das 3.400 mentiras que já foram ditas sobre o mercado, uma delas é que ele vai para o Fenerbahçe. Tanta mentira, tanto interesse, tanta gente a trabalhar para empresários, para clubes… é uma guerra que não é minha“, lamentou o Special One.
Ruben Amorim? “Tem um potencial incrível para fazer um grande trabalho”
Mourinho considera então que, nos dias de hoje, é “mais difícil” ser treinador: “Antigamente, como conseguias trabalhos importantes? Ganhando. E agora? Só com perceções… Fui para a Premier League em 2004 a ser campeão europeu. Hoje em dia, vão treinadores para a Premier League que nem sei o nome. São escolhidos com base em dados. Vende-se a grande ideia de que mais importante do que ganhar, é jogar assim e parecer assado.”
Sobre os treinadores portugueses, Mourinho destacou o aumento da presença lusa em Inglaterra: “Na Premier League há mais do que nunca… Marco [Silva], Nuno [Espírito Santo], Vítor [Pereira] e Ruben [Amorim]. Há quatro, um dos quais numa das maiores equipas inglesas. Estamos a falar de 20 treinadores na melhor liga do mundo e quatro são portugueses.”

Ruben Amorim, treinador do Manchester United. Foto: Getty Images
A propósito de Ruben Amorim, o Special One salientou as mudanças recentes no Manchester United: “Com a mudança de propriedade no clube… o que aconteceu ao Ruben, de ser o treinador do pior Manchester United da história da Premier League e de ter confiança para continuar e ser Ruben Amorim, é sinal de que há muita coisa a mudar. Acho que tem um potencial incrível para fazer um grande trabalho.”
“Nunca digo que a minha equipa jogou bem se perdeu”
Então, José Mourinho defendeu uma postura realista e exigente nas derrotas: “Nunca digo que a minha equipa jogou bem se perdeu. Analisamos o que fizemos bem e mal. Mesmo ganhando, há coisas boas e coisas más. Podes ganhar não tendo jogado bem. Mas, por uma questão de filosofia, dizer que jogámos bem sem ganhar… Não consigo. Depois claro, para o grupo dizes que não correu bem, fomos infelizes, não finalizámos…”
Questionado sobre jogadores com quem teve confrontos, Mourinho confessou: “Aqueles com quem choquei eram os melhores. Nunca fui de ‘esmagar o frágil’. Normalmente, os de lá de cima são homens grandes, com um ego grande, mas que têm noção da realidade.” Em relação ao papel dos suplentes numa equipa, frisou: “Os que não jogaram, não podem treinar com um assistente. O ‘homem’ tem de estar lá.”
Qual é o melhor trabalho da carreira de Mourinho?
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Por fim, Mourinho mostrou orgulho nos clubes onde mais marcou a diferença: “Acho que o meu FC Porto ficou. Acho que o Chelsea foi a melhor equipa de sempre da Premier League. O Arsenal foi invencível, mas só numa época. Nós, em duas, fomos mais invencíveis do que eles. Não ganhámos a Champions porque não havia tecnologia de linha de golo. O Inter ganhou tudo. Mas, por exemplo, a Roma deu-me um prazer terrível.”