Bola parada castiga Ruben Amorim e Manchester United
Debaixo de chuva no Emirates Stadium, Ruben Amorim perdeu a invencibilidade no Manchester United, em clássico frente ao Arsenal pela Premier League. Após um empate contra o Ipswitch Town e vitórias face a Bodo/Glimt e Everton, os diabos vermelhos não resistiram à pressão dos comandados de Mikel Arteta. E perderam em Londres por 2-0.
Oex-treinador do Sporting, em lua de mel com os adeptos do United, havia dito que uma “tempestade” poderia surgir para arruinar o momento. E o mau tempo chegou na noite desta quarta-feira (4), com uma chuva implacável de pontapés de canto dos gunners.
Os golos do Arsenal saíram da mesma maneira, com precisão cirúrgica em jogadas ensaiadas de bola parada. Um canto cobrado por Declan Rice, golo do central neerlandês Jurrien Timber. Outro tiro de canto batido por Bukayo Saka, golo do defesa francês William Saliba. E ainda houve outro anulado na primeira parte, por fora de jogo de Gabriel Martinelli.
Goteiras de mais de uma década
Ruben Amorim terá bastante trabalho para consertar o telhado do Manchester United. Desde a saída de Sir Alex Ferguson, em 2013, ninguém conseguiu, de facto, tapar as goteiras em Old Trafford. Dessa maneira, o técnico luso terá de encontrar soluções rápidas para uma equipa que tem e terá dificuldades contra os clubes do Big Six. O primeiro teste indica que as bases ainda não estão sólidas para aguentar tempestades e solavancos.
“As bolas paradas mudaram o jogo. Poderíamos ter sido mais agressivos rumo à área do Arsenal”, avaliou Amorim na entrevista pós-jogo. “Eles colocam muitos jogadores perto do guarda-redes, e é quase impossível lutar pela bola. Mas devemos ser capazes de defendê-las. Já sabemos que temos que fazer melhor”.
Bukayo Saka só não fez chover com a bola parada. Foto: Imago
Dezembro: mau tempo no horizonte
Em Inglaterra, o portal da BBC Sports aponta outro problema no United de Ruben Amorim neste início de trabalho: a baixa expectativa de golos, com apenas 2.08 por partida. Foi o primeiro jogo sob o seu comando que os red devils não tiveram maior posse de bola, com 49%. A média até ao confronto de ontem era de 56,4%.
“Se o Matthijs (de Ligt) marca naquele momento, o resultado teria sido diferente. Tentamos jogar, mas eles são uma equipa muito organizada, e é difícil de fazer golos. Senti que os jogadores tinham controlo do jogo, mas as bolas paradas mudaram a partida na segunda parte”, analisou Amorim.
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Os próximos compromissos do Manchester United indicam uma calmaria no horizonte: Notthingam Forest (dia 7) e Viktoria Pilsen (12), pela Europa League. Depois, mais nuvens pesadas podem baixar sobre Old Trafford: o dérbi contra o Manchester City (15) e duelo eliminatório frente ao Tottenham pela Taça da Liga, no dia 19. Ou seja, tudo indica que Ruben Amorim terá de singrar por águas turvas em dezembro.