João Neves afirma-se no PSG
João Neves está a realizar uma época notável ao serviço do PSG. Sob as ordens de Luis Enrique, o internacional português passou de promessa a certeza. Mais do que os 5 golos e 9 assistências – já superiores aos seus números no Benfica – destaca-se pela força e resistência que dá ao meio-campo parisiense, onde habitualmente faz dupla com Vitinha.

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Antes do jogo frente ao Arsenal, que o PSG viria a vencer por 0-1, João Neves concedeu uma entrevista ao The Athletic. Então, ele falou de um aspeto menos visível do jogo: “Atacar é muito bom, mas o sentimento de tirar a bola ao adversário… Muitos jogadores não percebem, mas o sentimento é ‘não temos a bola, então temos de a recuperar‘. Há muita gente que não dá importância a esse lado do jogo, mas se queres passar mais tempo a atacar, tens de recuperar a bola.”
Simbiose com Luis Enrique
A evolução de João Neves foi promovida pelo treinador Luis Enrique, com quem admite partilhar uma mentalidade: “Luis Enrique quer uma equipa que dê 100% a atacar e 120% a defender. É por isso que estou aqui e é por isso que estou a gostar tanto.” O médio confessou então que adora pressionar os adversários: “Gosto mesmo de ver a frustração e até o pânico nos adversários: quanto menos tempo tiverem para respirar, melhor!”
Segundo o internacional português, o primeiro contacto com o treinador espanhol foi determinante para a sua transferência: “Disse-me que queria uma equipa que defendesse e atacasse com 11 jogadores. Adorei que me tivesse dito isso“, recordou.

João Neves a enfrentar o Arsenal. Foto: Getty Images
Assim, ele descreve um ambiente de aprendizagem constante com o técnico: “Dá-me muita informação. Posso jogar a central, a ala, a lateral, a médio ou a avançado e não há diferença, porque toda a gente sabe o que todos fazem. Sabe que lateral não é a minha posição preferida, mas é muito compreensivo e gosto da forma como faz as coisas.”
Adaptação difícil, mas recompensadora
Apesar da sua proximidade com Luis Enrique, João Neves admitiu que precisou de se adaptar, especialmente ao estilo ofensivo. “No início, é um pouco confuso, porque às vezes estás perto da bola e dás a linha de passe, mas não é para ti, então tens de ir arranjar outro espaço. Há sítios em que tem de estar alguém e, se não estiver, podes ser o mais próximo dessa zona“, revelou.
No entanto, o médio português considera que o processo foi recompensador: “No final, é divertido porque jogas em relação com os teus colegas. Às vezes, há um golo, não marcas, não assistes nem fazes nenhum dos passes. Mas se não fazes o que é suposto, o golo não acontece. Todos temos importância na construção do golo.”
Curiosamente, para João Neves, o momento mais prazeroso do jogo não acontece dentro das quatro linhas. “Quando estás a jogar, não te focas em divertir-te. Focas-te em dar o teu melhor, em tomar as melhores decisões e em fazer o que é preciso. No final, lembras-te e concluis que te divertiste.”