Uma lenda merengue
Toni Kroos retirou-se há um ano, mas continua a ser uma figura icónica do futebol e do Real Madrid. Em entrevista ao jornal italiano La Gazzetta dello Sport, o antigo médio alemão abordou vários temas e a sua visão sobre o futebol atual é clara: joga-se demasiado e cada vez com menos qualidade. Com olhar sereno de quem pendurou as chuteiras, o ex-internacional partilhou reflexões profundas sobre o jogo, mas também elogiou treinadores e jogadores.
Ausência de um “Kroos” no Real: “Eu não vou voltar e eles sabem disso. Mas é verdade que falta um perfil como o meu e continuam à procura. O problema é que não há muitos jogadores assim e os que existem não são fáceis de contratar.”

Veja também
PSG x Real Madrid: relembre 5 jogos históricos entre os clubes que decidem apuramento à final do Mundial de Clubes
Sobre a saída de Carlo Ancelotti e a chegada de Xabi Alonso: “É uma mudança que beneficia todos: o clube, o Xabi – que queria dar um passo em frente na sua carreira – e o Carlo, que ganhou tanto e agora encontrou um grande trabalho no Brasil. Ainda é cedo para julgar o Real Madrid do Xabi, porque leva tempo a avaliar a mudança e a aplicação das suas ideias. Só posso dizer que ele fez um excelente trabalho na Alemanha.”
“Há mais dinheiro e menos descanso”
Equilíbrio entre ataque e defesa: “Obviamente, há coisas que claramente não funcionaram e precisam de ser corrigidas. É preciso trabalhar em conjunto, jogar como equipa, sentir que também é preciso defender. Para mim, ataque e defesa são conceitos sempre ligados e inseparáveis: se defendes em conjunto, também atacas como equipa. Estou certo de que o Xabi saberá corrigir o que for preciso. Aliás, com tanta qualidade, as coisas têm obrigatoriamente de correr bem.”
Calendário sobrecarregado: “Sou um amante da qualidade e, para manter a qualidade dos jogos, os jogadores têm de estar frescos, física e mentalmente bem. Hoje em dia, isso é cada vez mais difícil, porque jogamos demais. De facto, há mais dinheiro e menos descanso, mas com duas consequências: mais lesões e uma queda na qualidade dos jogos, tal como na motivação dos protagonistas.”

Kroos e Modric festejaram muitas conquistas juntos. Foto: Matthias Hangst/Getty Images.
O que terá dito Toni Kroos sobre Modric, Yamal e o novo formato da Champions?
Palavras de Toni Kroos para o amigo Luka Modric, ex-colega no Real Madrid: “Sempre foi um jogador especial e nunca perderá a sua qualidade. Está a caminho dos 40 anos e, naturalmente, já não consegue estar ao nível que tinha aos 30, por isso nos últimos anos tem jogado menos. Mas mantém-se bem, continua a contribuir e o mais importante é que continue a desfrutar do jogo. Repito: nunca perderá o seu ritmo.”
Elogios a Lamine Yamal: “Sim, eu nunca vi nada assim com essa idade. O que me faz pensar que este miúdo é especial é a sua procura constante por protagonismo em campo. Nos momentos difíceis, ele dá sempre a cara e aos 17 anos isso não é normal. Foi protagonista em duas épocas excelentes e última então foi mesmo espetacular. Sem dúvida, nunca vi um jovem como ele.”

Veja também
PSG x Real Madrid: antevisão, onzes prováveis e onde assistir ao jogo das meias-finais do Mundial de Clubes
Sobre o novo formato da Champions League: “Gostei, o novo formato funcionou. Houve muitos jogos importantes até ao fim. Depois os play-offs, com partidas muito intensas que valiam muito e que antes não existiam. Foi interessante, gostei imenso e acho que o mesmo aconteceu com os adeptos. Por exemplo, com o PSG, a fase inicial correu-lhes bastante mal. Mas depois acabaram por ganhar a competição.”