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Futebol Angolano

Organizações angolanas de defesa dos direitos humanos pedem à Argentina para cancelar participação no jogo que celebra 50 anos de independência de Angola

General João Lourenço é presidente de Angola desde 2017, tendo sucedido a José Eduardo dos Santos, ambos do MPLA

O General João Lourenço é o presidente de Angola desde 2017, sucedendo no cargo a José Eduardo dos Santos.
© Getty ImagesO General João Lourenço é o presidente de Angola desde 2017, sucedendo no cargo a José Eduardo dos Santos.

Angola x Argentina está marcado para novembro

Quatro organizações angolanas de defesa dos direitos humanos – Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD), Pro Bono Angola, Comissão Episcopal de Justiça e Paz e Integridade da Criação da CEAST (Conferência Episcopal de Angola e São Tomé) e Friends of Angola (FoA) – dirigiram uma carta aberta à Associação de Futebol Argentino e à Seleção Argentina para não disputarem o jogo particular com Angola, relativo ao 50.º aniversário da independência.

As organizações explicam que o apelonão se opõe ao desporto nem aos laços de amizade entre povos“, mas trata-se de “um grito de consciência diante da dolorosa realidade vivida por milhões de angolanos, que contrasta de forma chocante com a ostentação e os gastos milionários envolvidos na organização deste evento.”

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“Enquanto recursos públicos são canalizados para eventos desportivos de grande porte, milhares de crianças e adultos enfrentam fome crónica, anemia severa e insegurança alimentar generalizada“, realçam na carta as quatro organizações acima referidas.

Riquezas naturais do país contrastam com a pobreza

As entidades subscritoras da carta citam o relatório SOFI 2025 – O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo, no qual é referido que mais de 27 milhões de angolanos (71,4% da população) não tiveram acesso a uma dieta saudável em 2024 e que a subnutrição afeta aproximadamente 8,3 milhões de pessoas, 22,5% da população.

Ainda consoante as quatro organizações, “a grave crise social ocorre num ambiente político marcado pela repressão sistemática contra cidadãos que expressam pensamento crítico” e clarifica: “Embora Angola se apresenta como uma democracia de economia livre, apenas um grupo seleto de cidadãos, maioritariamente ligados ao MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola], partido que sustenta o Governo, usufruem dos negócios e têm acesso às linhas de crédito.”

“Apesar de o país possuir uma enorme quantidade de riquezas naturaispetróleo, minerais, biodiversidade, recursos hídricos e mais de 11 milhões de hectares de terras aráveis – a esmagadora maioria da população vive em extrema pobreza“, pode ler-se na carta endereçada à Associação de Futebol Argentino.

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Em 2010, Angola foi anfitriã do CAN – Campeonato Africano das Nações – tendo tido como mascote o ‘Palanquinha’. Foto: Lefty Shivambu/Gallo Images/Getty Images

Em 2010, Angola foi anfitriã do CAN – Campeonato Africano das Nações – tendo tido como mascote o ‘Palanquinha’. Foto: Lefty Shivambu/Gallo Images/Getty Images

Propaganda num clima de medo e de perseguições

As organizações alertam que o amigável com a Argentina, promovido como parte das celebrações dos 50 anos de independência, é “um instrumento de propaganda” cujo objetivo é “encobrir violações e desviar a atenção da grave crise social“, sublinhando a indignação: “Investir milhões de dólares num evento desportivo, enquanto milhares passam fome, hospitais colapsam e a repressão se intensifica, não é uma prioridade legítima, é um insulto à dignidade humana.”

Na carta, os subscritores recordaram que o país viveu três dias de protestos, entre 28 e 30 de julho de 2025, período em que, segundo a Polícia Nacional, ocorreram “pelo menos 30 mortos, mais de 277 feridos e 1.515 detenções“, com um cenário assustador de “relatos de execuções sumárias, prisões arbitrárias de jornalistas, ativistas e manifestantes pacíficos, uso excessivo da força policial e criminalização da liberdade de expressão e da mobilização cívica.”

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“Tais abusos são amplamente documentados por organizações como Human Rights Watch, Amnistia International e relatores especiais das Nações Unidas“, ou seja, o cenário de “um Estado que silencia vozes dissidentes em vez de ouvi-las, numa lógica de controlo político e não de compromisso com a justiça e a dignidade”.

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Apelando diretamente a Messi, as organizações declaram que o cancelamento seria “um ato corajoso, ético e profundamente humanitário, mensagem clara ao mundo de que a justiça, a dignidade e a igualdade valem mais do que qualquer espetáculo desportivo financiado com o sofrimento de um povo.”

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