Mudança de Murilo de Souza para o futebol japonês
Com passagens por Internacional, Botafogo e outros clubes do Brasil, o ponta Murilo de Souza Costa vive outros momentos inesquecíveis no futebol, mas agora no Japão, defendendo as cores do Kyoto Sanga.
Em entrevista exclusiva ao Somos Fanáticos, o atacante de 30 anos, que também já atuou em outros países, comentou sobre a mudança assim que chegou ao time e sobre as dificuldades em atuar em uma competição totalmente diferente a qual ele estava acostumado.
“Levou um pouco de tempo, realmente precisamos de um período pra adaptar, cheguei no verão e em Kyoto realmente o calor é impiedoso. A liga já havia passado da metade, o ritmo estava frenético, como já é natural dos japoneses, então precisei de um tempo pra me adaptar e entrar no ritmo”, comentou Murilo.
Passagens por clubes da Espanha e Portugal
“Em primeiro, com certeza o calor, quando cheguei estava demais, e em segundo o estilo de jogo, tive que me readaptar fisicamente e também ao estilo de jogo próprio do nosso treinador. Pressionamos o tempo inteiro com as linhas avançadas, então foi um ponto a se acostumar”, disse.
O atacante também tem passagens no Gil Vicente, Braga e Nacional, todos de Portugal, e Mallorca e Sporting Gijón, da Espanha. Ele comentou sobre a diferença das ligas.
Mudanças nas ligas em que atou
“Portugal e Espanha penso que se equivalem, pelo menos, nos clubes em que joguei nos dois países. Ideias de tentar administrar o jogo, ter mais tempo a posse da bola, encontrar a melhor maneira de chegar ao gol. Aqui no Japão, a objetividade é muito maior, a maioria dos clubes não pensam em realmente cumprir tais números de posse de bola, eles realmente não se importam de chutar pra frente, ganhar disputas de bola e chegar ao gol o mais rápido possível, e logo em seguida se recompor e esperar o próximo erro do adversário”, disse.
“A intensidade é que é muito diferente, o ritmo aqui é frenético. Alguns treinadores tentam impor seus estilos aqui, a fim de ter posse de bola, impor o jogo, mas os japoneses defendendo são muito aplicados e dificultam mais do que o normal em outras ligas. Poucos clubes fora daqui pressionam tanto quanto os japoneses”, finalizou.
- Nome: Murilo de Souza Costa
- Idade: 30 anos (nascido no dia 31 de outubro de 1994)
- Pé: Esquerdo
- Nacionalidade: Brasil
- Posição: Atacante (Ponta Direita) / Atacante (Ponta Esquerda)
- Altura: 1,77m
Entrevista completa com Murilo de Souza
- Qual liga, para você, é mais competitiva?
– Colocaria mais competitiva que Portugal e menos do que a Espanha. Na Espanha disputei campeonato de muita qualidade onde tinham seis ou sete clubes que poderiam ser campeão. Aqui é igual, já em Portugal, o que falta é um pouco disso, competitividade entre mais clubes e não só três.
- Retornaria ao futebol brasileiro?
– Brasil tem crescido muito e as competições cada vez mais organizadas, sempre tem a possibilidade de voltar. Talvez o projeto certo na hora certa possa acontecer.
- Sobre a torcida no Japão
– Eles são apaixonados pelo futebol brasileiro em si, pelos jogadores brasileiros que foram pioneiros aqui e elevaram a liga, como o Zico. Então, sempre que podem acompanham a nossa seleção e vibram. Com certeza é a segunda seleção que eles torcem.
- Um momento mais especial na carreira
– Acho que nenhum, vivi muitos momentos maravilhosos, tive conquistas em todos os clubes que passei aqui fora, campeão e acesso à primeira com o Nacional, campeão da taça de Portugal com o Braga, no melhor 11 da temporada pelo Sporting Gijón, acesso à La Liga com o Mallorca, acesso às competições europeias pela primeira vez na história do Gil Vicente. São tantas coisas boas, que somente tenho gratidão por tudo. E tenho fome de conquistar muito mais.
- Quais clubes brasileiros te marcaram?
– Foram os dois clubes de maior importância pra mim no Brasil, o Inter por tudo que me deu, desde a base ao profissional, ser treinado pelo Abel Braga foi um orgulho enorme. Marcar meu primeiro gol como profissional e meu primeiro título de estadual gaúcho, pra quem é torcedor colorado como eu, foi dos meus maiores sonhos realizados. E o Botafogo, foi onde aos 18 anos já era titular num campeonato brasileiro, jogando em grandes estádios. Portanto, sou grato à estas duas grandes instituições, o Botafogo por estar vivendo um momento atual, diferente do que era em 2014. Tivemos muitas dificuldades e principalmente instabilidade em todos os sentidos. Fez com que eu não permanecesse e logo tive o desejo de atuar fora do país.