Endrick pode ficar fora dos gramados por meses
O atacante Endrick, de 19 anos, sofreu uma lesão no tendão conjunto dos isquiotibiais, região que liga três músculos da parte posterior da coxa à bacia. A volta das dores da lesão, originalmente sofrida no fim de maio, aconteceu em uma corrida explosiva, durante treino com o elenco principal do Real Madrid.
Segundo o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte (SBRATE), Adriano Marques de Almeida, esse tipo de problema costuma ocorrer em movimentos de força repentina e é comum entre atletas de alto rendimento.
Especialista aponta gravidade da lesão
Ainda de acordo com Adriano, trata-se de uma lesão considerada grave. “Pode comprometer os três tendões ao mesmo tempo e exige um tempo prolongado de recuperação”, explicou.
Além disso, o médico afirma que “dependendo da extensão, há riscos de perda de força muscular persistente na parte posterior da coxa”. Impactando diretamente o desempenho do jogador.
Importante destacar que os três tendões, semimembranoso, semitendíneo e bíceps femoral, estão muito próximos uns dos outros no ísquio, o osso localizado na bacia.
Recuperação pode levar até quatro meses
Adriano também informa que o tempo médio de afastamento para esse tipo de lesão é de três a quatro meses. “O tempo de afastamento pode chegar a três ou quatro meses, a depender da gravidade e extensão da lesão”, afirmou o vice-presidente da SBRATE.
Já o retorno só deve acontecer após a cicatrização completa, ausência de dor e recuperação plena da força e da mobilidade da coxa.
Inclusive, a volta aos gramados de forma precoce, “pode aumentar significativamente o risco de ruptura do músculo”, agravando o quadro, prolongando o tempo de afastamento e dificultando a recuperação completa.
Impactos a longo prazo também preocupam
A lesão de Endrick também pode trazer consequências futuras. “Em alguns casos, há perda permanente de força na parte posterior da coxa. Isso afeta a explosão muscular e pode aumentar o risco de novas lesões”, destacou o especialista.
O Real Madrid deve monitorar de perto a evolução do jogador, que é considerado uma das maiores promessas do clube para os próximos anos, principalmente após a situação impedir o seu empréstimo ao Real Sociedad.
Além disso, Endrick vê surgir mais uma ameaça para a sua posição, uma vez que Gonzalo García, formado no Castilla, vem se destacando no time. Desde o início do ano, o jogador tem enfrentado a falta de espaço, gerando a possibilidade do atleta atuar na 3ª divisão da Espanha.