Tudo sobre a lesão de Musiala

A lesão de Jamal Musiala, ocorrida em choque com Donnarumma no confronto contra o PSG durante o Mundial de Clubes, foi definida como uma fratura-luxação do tornozelo esquerdo. Segundo comunicado oficial do Bayern de Munique, houve fratura da fíbula com deslocamento articular.

Em entrevista exclusiva ao Somos Fanáticos, o Dr. Vitor Miranda, da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte (SBRATE), explicou o procedimento. “A cirurgia é convencional. Faz-se um corte na região da fratura da fíbula, reduz-se o osso à posição original e fixa-se com placa e parafusos”, disse o especialista.

O médico afirmou que o caso de Musiala provavelmente envolve lesões associadas. “É necessário avaliar a articulação entre a fíbula e a tíbia, chamada sindesmose. Também pode haver ruptura do ligamento interno do tornozelo, comum em deslocamentos como esse”, afirmou Miranda, ao explicar o contexto intraoperatório.

Dr. Vitor Miranda – Foto: Cortesia ao Somos Fanáticos

A recuperação do atleta envolve fases distintas. Nos primeiros dias, a pele precisa cicatrizar bem, o que exige repouso e elevação do membro. “O tornozelo tem pouca gordura subcutânea, o que dificulta a cicatrização. Sem cuidados, há risco elevado de infecção”, alertou o médico da SBRATE.

A reabilitação deve começar dias após a cirurgia, conforme a resposta clínica. O Dr. Vitor explicou que “com duas semanas o atleta já pode apoiar o pé, se estiver sem dor. Aos poucos, retira-se a imobilização e inicia-se o fortalecimento muscular controlado”.

Quando deve voltar aos gramados?

O prazo médio estimado para retorno aos gramados é de seis meses. “Voltar a jogar, não apenas treinar, leva esse tempo. Atletas voltam a treinar com quatro a cinco meses, recuperam a forma física e depois retornam aos jogos oficiais”, explicou o especialista em cirurgia do tornozelo.

Musiala sai de maca e chorando (Photo by Kevin C. Cox/Getty Images)

Casos semelhantes já foram registrados. O ex-jogador Diego Ribas, por exemplo, teve lesão parecida em 2019 e retornou aos campos em quatro meses. “Cada organismo responde de um jeito. A média de retorno gira em torno de seis meses, podendo variar conforme a evolução clínica”, destacou Vitor.

Cuidados para previnir infecções

O especialista reforçou dois cuidados essenciais: controle da dor e prevenção de infecções. “Ambos são determinantes para uma boa reabilitação. O controle da dor acelera a mobilidade, e o cuidado com a cicatrização evita complicações sérias”, concluiu o médico da SBRATE, que alertou sobre o fato de não ter mais informações detalhadas, já que não conversou diretamente com os médicos do clube ou até mesmo com o próprio jogador.