Mohamed Salah, 31 anos, não sabe se continuará no Liverpool e expôs uma crise interna depois do empate por 3 a 3 com o Leeds United, no sábado (6). Em uma entrevista de sete minutos e meio, dada ainda à beira do campo em Elland Road, o atacante egípcio disse sentir-se “jogado debaixo do ônibus” pela diretoria e contou que sua relação com o técnico Arne Slot está rompida.

Com isso, aumentaram os rumores de que ele pode ser vendido na janela de janeiro, talvez até para um clube da Arábia Saudita. “Não acredito que fiquei 90 minutos no banco. É a terceira vez seguida, algo inédito na minha carreira”, reclamou Salah.

Promessas descumpridas

Antes dessas partidas contra West Ham, Sunderland e Leeds, ele vinha de 53 jogos seguidos como titular na Premier League. “Parece que alguém quer que a torcida me culpe por tudo.” Salah renovou por mais dois anos em abril, depois de ser decisivo no título inglês de 2024/25.

Relação fria com Slot

Segundo ele, o clube não cumpriu o que prometeu na negociação. “Prometeram muito no verão. Agora estou no banco sem explicação. Conquistei meu lugar; não preciso provar isso todo dia”, afirmou. O bom convívio que Salah tinha com Arne Slot, substituto de Jürgen Klopp, esfriou. “Antes nos dávamos bem; agora não há nada”, resumiu. “Ontem ele só me avisou que eu não jogaria. Engoli a seco.”

Futuro de Salah no Liverpool se torna incerto após declarações do atacante egípcio. (Foto: Alex Livesey/Getty Images)

Convite aos pais

O jogo de sábado que vem, em Anfield, contra o Brighton, ganhou tom de despedida. Salah chamou os pais para assistirem, pois logo se apresenta à seleção do Egito para a Copa Africana de Nações. “Quero me despedir da torcida. Não sei o que acontecerá enquanto eu estiver com a seleção.”

Números que impressionam

Mesmo em má fase, o camisa 11 já fez 5 gols em 18 partidas nesta temporada e chegou a 250 gols em 420 jogos pelo Liverpool, números que o colocam entre os maiores artilheiros do clube. “Em outro time me defenderiam, não me crucificariam. Ganhei a Premier League e sou o maior goleador desta geração desde que cheguei. Mesmo assim, dizem que o problema sou eu.”

Olho saudita

Salah preferiu não falar sobre o interesse de clubes da Arábia Saudita, dispostos a pagar salários recordes. “Qualquer palavra minha será usada contra mim pelo clube”, avisou. Nos bastidores, espera-se uma proposta maior que a que levou Cristiano Ronaldo ao Al-Nassr.

Impacto técnico e financeiro

A possível saída do maior ídolo recente afeta não só o time em campo, mas também o marketing mundial do Liverpool. Patrocinadores temem perder espaço no Oriente Médio e na África. Se vender Salah, Slot terá de reorganizar o ataque em plena briga por vaga na Champions League, e a diretoria precisará de um substituto rápido ou confiar em Alexander Isak e no jovem Hugo Ekitiké.

Silêncio oficial

Até o fechamento desta matéria, o Liverpool não se pronunciou. Fontes ligadas ao grupo proprietário, Fenway Sports Group, admitem “clima pesado” e não descartam negociar o egípcio antes que a situação afete o elenco. A multa rescisória, estimada em 120 milhões de libras (870,2 milhões de rerais), não deve assustar os sauditas.

Próximos passos

Enquanto a torcida ainda canta para o “Faraó”, o futuro é decidido nos corredores de Anfield. Se a saída se confirmar, Salah encerrará uma trajetória iniciada em 2017, com quatro Premier Leagues, uma Champions, dois Mundiais de Clubes e muitos recordes individuais. Se ficar, precisará reconstruir a relação com Slot e retomar o protagonismo em uma temporada que, até agora, só gera dúvidas.