Chegada de Ancelotti à Seleção Brasileira e Vini Jr
Ronaldo Guiaro, ídolo do Atlético-MG nos anos 1990, conversou com o Somos Fanáticos sobre Seleção Brasileira, experiência no futebol europeu com José Mourinho e as expectativas sobre Vinícius Júnior com a Amarelinha.
O ex-zagueiro atualmente trabalha como auxiliar técnico do Anapolina. Como jogador, além do Galo, Ronaldo tem passagens por Benfica, Besiktas, Aris, Santos e a Seleção.
Questionado sobre como uma mudança de treinador afeta o time, R. Guiaro respondeu: “Sempre que percebia que estava em um momento ruim e tinha a troca, você vê uma evolução muito grande no primeiro momento”, iniciou.

Ronaldo Guiaro continua no futebol em nova função. Foto: Jorge Luiz / AA Anapolina
“Depende muito da forma que o treinador trabalha e o grupo reage à contratação. Às vezes, em dois jogos tem esse crescimento e depois volta a mesma coisa. Então, nem sempre é o treinador, pode ser a equipe e as características de jogadores”, completou o ex-atleta.
Sobre o que Ancelotti respondeu de Vinícius Júnior sentir a pressão de jogar pelo Brasil, Ronaldo Guiaro aconselhou o camisa 7 acerca do que não pode acontecer para um atleta que é considerado o melhor do mundo pela Fifa.
“O jogador de um nível desse, ele não pode sentir a pressão de jogar na Seleção Brasileira. Não pode ter esse ponto fraco. São jogadores de clubes grandes e alto nível, acostumados a jogar a Champions League”, frisou Ronaldo.
Entrevista completa com Ronaldo Guiaro
O Somos Fanáticos conversou com o ex-zagueiro e atual treinador, Ronaldo Guiaro, sobre tudo que envolve a carreira um ídolo do Galo, postulante à Seleção Brasileira e passagem de 15 anos pela Europa.

Veja também
Carlo Ancelotti estreia pela Seleção Brasileira: conheça os principais destaques do Equador, adversário da Amarelinha
Ao longo da carreira, Ronaldo trabalhou com nomes importantes para o futebol mundial. Tais como: Zagallo, José Mourinho e Del Bosque. Todos venceram a Copa do Mundo, exceto Mourinho.
Como foi defender a Seleção Brasileira?
– Foi uma emoção muito grande. Os momentos são diferentes. Eu tinha uma disputa muito grande de jogadores de alto nível. De repente eu fui chamado jogando pelo Atlético-MG. Na época, o forte era o eixo Rio-SP.
Sentimento de ser convocado a primeira vez
– Eu me senti honrado. O que eu estava fazendo era certo. Sempre tive o pensamento de chegar na Seleção Brasileira. Ser convocado para um eixo totalmente diferente, isso pra mim foi muito gratificante.
Mudou a forma como o jogador enxerga a Seleção Brasileira?
– Hoje, é diferente. Não sei até que ponto os jogadores pensam na Seleção. Praticamente, todos os jogadores que são convocados têm uma história no futebol, jogam em grandes clubes e ganham muito dinheiro.
Referências do time nos Jogos Olímpicos de 1996
– Aldair. Roberto Carlos. Bebeto. Rivaldo. Ronaldinho. Eram jogadores de níveis muito altos, que foram considerados os melhores jogadores de futebol mundo.

Ronaldo Guiaro organiza treino no Anapolina. Foto: Jorge Luiz / AA Anapolina
Com quem mais aprendeu no Atlético-MG?
– Eu aprendi muito. Tinha acabado de chegar do Guarani, com 19 anos de idade. Quando cheguei para trabalhar com Taffarel, Cerezo, Reinaldo… a gente tinha um time muito bom. Pessoas com humildade enorme. Toda essa experiência que eles tinham, eu absorvia muito o que eles falavam em termos de trabalho e comportamento.
Quando você vai para o Benfica?
– Em 1996, aparece o futebol europeu na minha vida. Acabou meu contrato com o Atlético-MG e fui embora para o Benfica. Demorei bastante em termos de adaptação. Depois disso, aprendi o que era jogar na Europa e os jogadores europeus.
Primeira impressão de José Mourinho
– Quando o José Mourinho chegou no Benfica, a gente teve um choque. Ele cobra muito dos jogadores e tem sua própria metodologia de trabalho. A equipe melhorou muito com ele. Eu pelo menos tenho até hoje trabalhos que faço que aprendi com ele.
Qual é o diferencial do Mourinho?
– A forma como ele conduz o grupo é importante. Trabalhei com grandes treinadores. Procuro não repetir coisas que via que eles faziam e irritava os jogadores. Mourinho era honesto e sincero. Ele falava na cara dos jogadores o que precisava.
Benfica pode ser campeão mundial?
– O Benfica tem uma qualidade, mas acho difícil brigar para ser campeão. Neste momento, tem clubes melhores, com uma estrutura melhor e pode dar muito trabalho.
O que você achou de trabalhar com Del Bosque no Besiktas?
– Del Bosque é um paizão. É um treinador que gosta de juntar o elenco. Naquele momento, nosso time não estava nas melhores situações. Estávamos jogando mal. A equipe tinha tradicionalmente um esquema no 3-5-2. Ele mudou drasticamente para o 4-3-3. Essa mudança foi difícil de ser assimilada por parte dos jogadores.
Como você enxerga a importância de Levir Culpi na sua carreira?
– (Levir Culpi) Fez a minha carreira deslanchar. É uma pessoa sensacional. Já tinha trabalhado com ele no Guarani. Ele que me levou para o Atlético-MG. Devo muito a ele.
Quem te chamou para voltar ao Brasil?
– Vanderlei (Luxemburgo) foi quem me ligou quando eu estava saindo da Turquia para ir para o Santos. É um treinador espetacular, uma visão de jogo impressionante e muito inteligente. Em termos táticos, foi um dos melhores que eu tive.
Planos como treinador
– Estou aprendendo muito. Precisamos improvisar constantemente em treinamentos. Meu grande sonho é conseguir trabalhar em uma equipe de elite.