Ferran Torres alcança marca de lendas espanholas
Ao escolher o 7 para esta convocação, Ferran Torres mostra que quer entrar na lista dos grandes artilheiros do país. Nos clubes, ele costuma usar o 11, mas agora assume o 7, carregando todo o peso histórico que esse algarismo possui para os campeões do mundo de 2010.
O jogo contra a Geórgia foi o teste perfeito para essa decisão. Pouco depois da marca de 30 minutos, uma jogada pela esquerda — com passes de Cucurella, Baena e Oyarzabal — terminou com Ferran empurrando a bola quase em cima da linha, sem chance para o goleiro Mamardashvili.
Com esse toque preciso, de acordo com o jornal Marca, o atacante de Valência chegou a 23 gols em 52 partidas pela Roja, igualando duas figuras enormes para o torcedor: Alfredo Di Stéfano e Sergio Ramos. O craque argentino-espanhol precisou de 30 jogos para alcançar essa marca; o zagueiro andaluz, de 180.
Vestir a camisa 7 da seleção da Espanha tem um significado especial que passa de geração em geração. Foi com esse número que David Villa marcou 59 gols, Raúl González balançou as redes 44 vezes e Álvaro Morata continua sua caminhada rumo aos 40 tentos.
Convocações que mudaram o roteiro
A relação de Ferran Torres com o técnico Luis de la Fuente começou devagar. O atacante ficou fora das primeiras listas e viu o esquema tático se firmar sem ele. Tudo virou depois da goleada de 7 a 1 sobre a Geórgia, em Tbilisi, em setembro de 2023.

Ferran Torres soma 23 gols em 52 jogos pela Espanha, iguala Di Stéfano e Sergio Ramos e confirma sua ascensão entre os grandes artilheiros da Roja. (Foto: Denis Doyle/Getty Images)
Lesões no elenco e falta de opções de lado levaram a comissão a chamá-lo às pressas, junto com Yeremy Pino, para o duelo seguinte contra Chipre, em Granada. Naquela noite, mesmo pouco entrosado, Ferran precisou de poucos minutos para marcar e reconquistar espaço na equipe principal.
Desde então, a parceria com De la Fuente floresceu. O atacante já fez oito gols sob o comando do treinador riojano, tornando-se o terceiro maior goleador dessa nova fase. O feito tem um sabor especial, pois deixa Morata — que tem sete gols no período — para trás, e coloca Ferran só atrás de Mikel Oyarzabal, com 14, e Mikel Merino, com 10.

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A herança e os desafios do número
Carregar o 7 traz desafios mentais. Villa tornou-se artilheiro máximo do país, ganhando Euro e Copa; Raúl, mesmo sem troféus de seleção, marcou época; Morata segue construindo sua história com gols decisivos em eliminatórias.
Para Ferran Torres entrar nesse grupo, ele terá de manter regularidade por todo um ciclo, conservar a média de gols e brilhar em grandes torneios. Além disso, a concorrência de jovens como Nico Williams e Ansu Fati aumenta a disputa por minutos, fazendo cada chance contar, seja contra rivais mais fracos ou frente a potências europeias.




