Quais técnicos conquistaram a Premier League na estreia?
Em uma postagem agora excluída no X, a TNT Sports afirmou que conquistar o título da Premier League na sua primeira temporada como técnico na Inglaterra “não é para qualquer um”. Contudo, algumas pessoas astutas rapidamente apontaram que o treinador do Liverpool, Arne Slot, não é um pioneiro nesse aspecto.
Embora sua conquista seja impressionante, considerando o tamanho do desafio que enfrentou ao substituir Jurgen Klopp no Anfield, Slot não é o primeiro técnico a vencer a Premier League na primeira tentativa. De fato, essa façanha não é para “qualquer um”, mas diversos outros treinadores estrangeiros já provaram ser revolucionários nesta divisão.
José Mourinho (2004/05)
Vamos explorar alguns dos técnicos que venceram a Premier League logo em suas estreias. José Mourinho certamente fez jus às expectativas quando foi nomeado treinador do Chelsea, vindo do sucesso na Liga dos Campeões com o Porto no final da temporada 2003/04. Ele não só falava bem, mas também entregava resultados.
Embora nunca tenha se autoproclamado “o especial”, não há como negar que o carismático treinador português tinha uma alta opinião sobre si mesmo. Em resumo, ele era absolutamente perfeito para o projeto de Roman Abramovich em Londres.
Naquela época, Mourinho não era considerado o “anti-cristo” do futebol. Sua aversão pelo Barcelona, que alimentou sua transformação em uma figura quase vilanesca, só viria a surgir quando o clube catalão optou por Pep Guardiola, menos experiente, no lugar dele em 2008.
A conquista da Premier League logo na estreia de um técnico é um feito impressionante, mas não tão raro quanto se pensa. (Foto de Dean Mouhtaropoulos/Getty Images)
O primeiro time de Mourinho no Chelsea é frequentemente citado como um dos melhores da história da Premier League, com uma defesa que sofreu apenas 15 gols em toda a temporada. A equipe era letal em transições e imprevisível no ataque. Uma vez à frente no placar, a vitória era praticamente garantida.
Abramovich acabou cortando laços com Mourinho no início da temporada 2007/08, o que levou a breves passagens de Avram Grant e Luiz Felipe Scolari no comando, devido à impaciência do proprietário russo. Guus Hiddink fez um trabalho admirável durante o final da temporada 2008/09, mas um nome mais renomado foi procurado. Entra em cena Carlo Ancelotti.
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Carlo Ancelotti (2009/10)
O renomado italiano foi contratado para levar o Chelsea à glória na Liga dos Campeões, depois de ter conquistado a Europa duas vezes com o Milan. No entanto, o clube londrino não chegou perto de conquistar o continente sob a liderança de Ancelotti.
Contudo, domesticamente, o Chelsea foi dominante durante a primeira temporada do italiano no comando. O Manchester United havia desfrutado de três anos de sucesso após as conquistas consecutivas de Mourinho, mas 2009/10 foi todo sobre os Blues.
O ataque majestoso do Chelsea foi revivido pela abordagem descontraída de Ancelotti, tornando-se o primeiro time desde o Tottenham no início dos anos 60 a vencer o título da liga e marcar mais de 100 gols. No entanto, suas dificuldades fora de casa ao longo da temporada significaram que precisaram de uma sequência de sete vitórias em oito jogos para superar o United pelo título.
Manuel Pellegrini (2013/14)
O Manchester City de Manuel Pellegrini pode bem ser um dos campeões mais esquecidos da Premier League. Não porque os Citizens tenham sido decepcionantes, mas devido ao time que não levantou o troféu. A temporada 2013/14 foi marcada por Luis Suárez e o Liverpool inspirados por uma das temporadas individuais mais brilhantes de todos os tempos.
No entanto, o Liverpool fraquejou durante a reta final, abrindo caminho para o City de Pellegrini capitalizar. Enquanto o Liverpool e o Chelsea hesitavam, os Citizens se destacaram quando mais importava. Apesar de perder para ambos os rivais na segunda metade da temporada eles encerraram a campanha com cinco vitórias consecutivas, conquistando o título por dois pontos.
Antonio Conte (2016/17)
A mudança tática que virou a Premier League de cabeça para baixo. O Chelsea estava perdendo por 3-0 para o Arsenal durante um jogo no início da temporada quando o novo chefe dos Blues, Antonio Conte, optou por familiaridade. A introdução de Marcos Alonso para Cesc Fabregas sinalizou uma mudança para uma defesa com três homens, e o italiano não olhou mais para trás.
Essa alteração drástica no sistema provocou uma sequência de 13 vitórias consecutivas, levando o Chelsea ao topo da tabela. A série foi interrompida pelo Spurs no início do ano novo, com Mauricio Pochettino sendo um dos 16 outros técnicos que optaram por uma defesa com três homens naquela temporada, inspirados pelo sucesso de Conte.
O Chelsea estava em oitavo ao final de setembro, mas liderava no início de dezembro. Eles tinham seis pontos de vantagem no começo de 2017, e embora o Spurs tenha sido brilhante após o Natal, o time de Conte sempre esteve no controle da corrida pelo título. Uma vitória por 1-0 sobre o West Brom em maio confirmou os Blues como campeões.
Arne Slot (2024/25)
A última temporada de Jurgen Klopp no comando do Liverpool não resultou em glória na Premier League. O time se desgastou ao longo da temporada e acabou mancando até o terceiro lugar. Assim, havia poucas expectativas para Arne Slot conduzir os Reds ao seu 20º título da liga ao assumir o papel de um ícone.
Embora as bases sólidas de Klopp permanecessem intactas, o Liverpool teve uma janela de transferências de verão tranquila, o que significava que o novo gerente estava trabalhando com um elenco quase idêntico ao de 2023/24. Crucialmente, o técnico holandês supervisionou uma alteração sutil.
O estilo heavy-metal do alemão foi substituído por um estilo mais sereno, baseado em uma posse de bola mais calma e uma abordagem menos extenuante sem a bola. O Liverpool foi quase perfeito durante a primeira metade da temporada, e a queda do City, combinada com os problemas do Arsenal no terço final, garantiu que sua liderança no topo fosse extensa.
Houve solavancos no caminho, mas os potenciais concorrentes não conseguiram aproveitar as oportunidades, e o Liverpool nunca sentiu muita pressão como resultado. Mohamed Salah teve uma temporada excepcional em termos de produtividade, enquanto Slot maximizou a dinâmica de um meio-campo que ajudou o Liverpool a controlar os jogos e manter os adversários à distância.
