A luta do Mr. Arsenal contra o alcoolismo
Tony Adams foi capitão do Arsenal e da seleção da Inglaterra. Pelo clube de Londres, o central disputou 504 jogos durante 19 anos. E jamais defendeu outra equipa em sua carreira. Aos 58 anos, ele deu uma entrevista ao jornal The Guardian na qual falou francamente sobre dependência química e depressão.
Na Eurocopa de 1996, a eliminação dos leões ingleses lhe levaram ao fundo do poço. Quando o Gareth (Southgate) perdeu aquele penálti, o álcool voltou às minhas mãos, fiquei bêbedo por 44 dias. Ao final da bebedeira, eu via coisas saindo do armário. Estava paranóico. Pensava que havia alguém na casa, que eu estava a matar pessoas”, relembrou.
Os problemas, no entanto começaram antes. Em 1990, Tony Adams foi preso por quatro meses por conduzir seu carro sob o efeito de álcool. “Estive na cadeia porque estava quatro vezes mais rápido que o limite legal… fora de controle, e terminei na prisão por causa disso, corretamente”.
Apoio, AA e a volta por cima
Poucos anos depois, ele enfrentaria um momento ainda mais sombrio em sua vida. “Eu tinha 29 anos e não queria mais estar no planeta… Quando eu não jogava futebol, não queria viver. Não podia lidar com a vida… O futebol foi removido por uma lesão. Depois meus filhos foram removidos. Desmaiei num domingo à noite. Bebi sete garrafas de vinho. Então minha sogra levou as crianças”.
A volta por cima veio naquele mesmo ano, com a ajuda da mãe de sua ex-mulher, que lhe deu o contacto de James W, que ele conheceu quando estava bêbado. “Ela colocou o número no meu bolso, salvou a minha vida. O James guiou-me, e eu fui para os Alcoólicos Anónimos. Passei pelos 12 passos do programa com ele, e isso mudou-me como ser humano“, disse Adams ao jornalista Michael Butler.
![Estátua de Tony Adams no Emirates Stadium. Foto: Imago](https://ds-images.bolavip.com/news/image?src=https://images.somosfanaticos.fans/webp/mz/full/SFMZ_20241202_SFMZ_4052_Tony-Adams-Emirates-1024x681_aa4529be.webp&width=1024&height=681)
Estátua de Tony Adams no Emirates Stadium. Foto: Imago
“Eu não sinto mais angústia do passado. Estou sóbrio, há 28 anos sem uma bebida ou uma droga. Estou confortável na minha pele pela primeira vez na minha vida. Eu cresci. Não há mais tentáculos do passado”, confessou o ex-defesa, que vestiou a camisola da seleção inglesa em 66 oportunidades.
Adams deu a entrevista pouco após a morte de James W, que cuidou de sua instituição de caridade, Sporting Chance, por 20 anos. “Eu estive do seu lado nos últimos seis meses, mas ele morreu de cancro no pulmão. Ele salvou minha vida… foi um herói, terapeuta, patrocinador e mentor“, resumiu o ex-jogador, que tem a alcunha de Mr. Arsenal e uma estátua em sua homenagem no Emirates Stadium.
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