Análise: que Benfica esperar na nova temporada, após a “revolução” no plantel e as mudanças nos rivais?

Uma análise a um Benfica em reestruturação

“Na próxima época há coisas que, claramente, têm de mudar, umas de forma radical, outras para melhorar aquilo que é a nossa qualidade de jogo”. Esta foi a análise que Bruno Lage fez da época 2024/25 do Benfica no final do Mundial de Clubes, projetando já a nova época.

Palavras que apontavam, desde logo, para uma mudança de paradigma em diversos aspetos da equipa benfiquista. De facto, a perda da Liga Portugal e da Taça de Portugal para o Sporting fez agitar as águas na Luz e o mercado de transferências mostra que essas mudanças estão mesmo a ocorrer.

Para a nova época registaram-se algumas saídas importantes. Álvaro Carreras rumou ao Real Madrid pela cláusula de rescisão de €50 milhões, Ángel Di María regressou à Argentina, mas talvez a transferência que mais projeta as palavras de Bruno Lage foi a de Orkun Kokçu para o Besiktas, após a alternação do turco com o treinador a meio do jogo com o Auckland City.

A importância do meio-campo

Os encarnados entraram com tudo no mercado de transferências. As aquisições de Richard Ríos pelo recorde de €27 milhões à cabeça, e de Barrenechea apontam para um objetivo claro, o de reformular o meio-campo para o tornar mais combativo de decisivo. Aqui está um dos pontos principais da revolução do plantel.

Costuma-se dizer que o coração das equipas está no meio-campo e o Benfica apostou forte no reforço deste setor, tornando a equipa mais dominadora e impositiva, fortalecendo, ao mesmo tempo, a coesão da defesa. Contudo, há alterações noutra zona do terreno que apontam para uma mudança de sistema.

A contratação de Franjo Ivanovic, um jogador muito diferente de Pavlidis, dão a ideia de que Bruno Lage poderá querer mudar de um 4-3-3 para um 4-4-2. A tentativa de contratar João Félix, um segundo avançado, e as notícias que dão conta do interesse em Brahim Díaz, do Real Madrid, reforçam essa ideia.

Mudança de sistema?

De recordar que em 2018/19, Lage foi campeão nas águias num sistema de 4-4-2 e o treinador aparenta querer regressar a essa fórmula. Porém há várias questões a resolver. O tal criativo para jogar nas costas do avançado demora a chegar, embora a solução possa passar por fazer recuar Pavlidis. Por outro lado, Akturkoglu quer sair e está a ser dado como quase certo no Fenerbahçe.

Portanto, é caso para dizer que ainda faltam peças para Lage jogar este xadrez e a época já começou, com a vitória na Supertaça e a fundamental fase de apuramento para a Champions League. A eliminação nesta prova poderá ser um duro golpe.

A saída de Gyokeres do Sporting poderá colocar o Benfica como favorito a vencer a Liga esta temporada, caso as coisas corram bem logo de início. Porém, muita atenção ao FC Porto. Os Dragões estão a reforçar-se como nunca e esta promete ser uma interessante corrida a três pelo título.