Ruben Amorim = Fredrik Aursnes?

Javi García, ex-médio de cariz mais defensivo, representou o Benfica entre 2009 e 2012, mas acabou por regressar à Luz como treinador-adjunto de Roger Schmidt, entre as temporadas 2022/23 e 2023/24. Até ao momento, ainda não voltou ao ativo, desde essa altura. + A partida entre Barcelona e Benfica foi transmitida em direto e ao minuto no site Somos Fanáticos Portugal.

O antigo internacional espanhol deu uma entrevista ao Canal 11, no programa Futebol Total, onde abordou vários temas e episódios da sua carreira, tanto como jogador como treinador. Entre eles, destaque para os elogios a Jorge Jesus, as recordações que tem de André Villas-Boas, além de ter defendido António Silva e ainda haver espaço para uma comparação curiosa ligada a Ruben Amorim.

“O Ruben era o Fredrik [Aursnes]. Taticamente, conseguia jogar em qualquer posição e fazia-o bem. O Ruben é o mais parecido ao Fredrik. Era muito evoluído taticamente, não importava a posição, mas não sabia que ia dar treinador. Fiquei surpreendido, até porque tinha a imagem do típico brincalhão no balneário, sempre na brincadeira. É uma pessoa espetacular e temos uma relação muito boa. Continua igual”, começou assim por referir.

“O António é um central de topo”

Javi García explicou as razões pelas quais decidiu deixar a equipa técnica do Benfica, na qual esteve duas épocas: “Foi uma decisão minha. Fazer parte da equipa técnica era muito exigente e estava a tirar o curso de treinador em Espanha. Foi uma loucura, porque tinha treinos, jogos e estágios e nas minhas folgas tinha de ir para Madrid para tirar o curso. Decidi seguir o meu caminho, evoluir como treinador e ter tempo para mim e para a família”, disse o ex-atleta.

Por outro lado, o antigo médio saiu em defesa do jovem central António Silva, após o erro contra o Barcelona: “Para mim, o António é um central de topo. O futebol tem momentos bons e momentos maus, mas ele apresenta algo de especial e tem uma mentalidade muito forte para estar em qualquer balneário”, afirmou García, que vestiu a camisola do Benfica por 132 vezes, antes de sair para o Manchester City por cerca de 20 milhões de euros.

Roger Schmidt, Javi García e Vincent Kompany, respetivamente, antes de um amigável em 2023 entre o Benfica e o Burnley, ex-clube do técnico belga. Foto: Gualter Fatia/Getty Images.

Os elogios de Javi García a Jorge Jesus, ex-treinador do Benfica

Ademais, após duas épocas nos citizens, abraçou uma aventura no Zenit, clube russo onde foi treinado por…André Villas-Boas, atual presidente do FC Porto: “Quando o Zenit me chamou, falei com o Villas-Boas. Gostei de trabalhar com ele, como pessoa é extraordinário e não tenho nada de mal para dizer. É muito honesto, seja para o bem ou para o mal. Quando tinha de dizer algo, não pensava duas vezes. Sem dúvida, o Zenit foi uma boa experiência”, recordou.

Jorge Jesus tem a valorização que merece enquanto treinador?

Jorge Jesus tem a valorização que merece enquanto treinador?

Sim, é muito elogiado, no geral
Não, deveria ter mais reconhecimento, no geral

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Acerca de Jorge Jesus, disse: “O treinador que mais me marcou foi Jorge Jesus, porque conseguiu tirar o melhor de mim e de muitos companheiros. Naquela altura, estava muito à frente dos outros, taticamente. Ia ao detalhe com cada jogador e tudo o que ele dizia que ia acontecer, acontecia no jogo, era incrível. Tinha linhas totalmente perfeitas na defesa. Era tão perfeito e quando mostrava na televisão víamos isso”, salientou o também ex-Real Madrid ou ex-Boavista.

Por fim, ainda houve espaço para elogios a dois “veteranos” da Luz (Ángel Di María e Nicolás Otamendi): “Tenho uma relação muito boa com o Ángel. Ver um jogador que ganhou tudo e a fome que ele tem em cada jogo e treino, é algo incrível. Ter um jogador como ele é para jogar, fazer golos, assistências. Para mim, Di María tem de jogar sempre. Otamendi é a mesma mentalidade. Ter jogadores assim é espetacular e muito importante no balneário”, concluiu.