O trabalho de Claudio Ranieri na Roma e a sua experiência foram altamente elogiados por Luciano Spalletti

Na conferência de Imprensa após o triunfo sobre a Moldávia (2-0), em jogo de apuramento para o Mundial 2026, a última de Luciano Spalletti na qualidade de selecionador transalpino, a tristeza do adeus e a esperança num futuro positivo para a ‘squadra azzurra’ dominaram os sentimentos do técnico.

Sobre Claudio Ranieri, Luciano Spalletti demonstrou acreditar que o colega de profissão poderá ter capacidade para reerguer a respeita seleção, que entrou em declínio após a conquista do Euro 2022. “Não sei dizer se Ranieri é o homem certo, mas sei que é um profissional viajado pelo mundo, equilibrado e que soube tocar nos pontos certos nos jogadores da Roma”, afirmou o antigo treinador do Nápoles.

Luciano Spalletti deixou ainda duas certezas: “A Federação escolherá a pessoa certa. Não sou como muitos outros, garanto-vos. Vou estar a torcer por Ranieri.”

Forte crença no apuramento e uma mudança de ideias

Depois de Itália ter conquistado a primeira vitória, após uma pesada derrota por 3-0, em Oslo, com a Noruega, e apesar de mais uma exibição cinzenta, Luciano Spalletti acredita na presença transalpina no Mundial 2026: “Estou altamente convencido de que a Itália irá ao Campeonato do Mundo. Não me demiti, mas como tenho respeito pelas pessoas que me escolheram, vou assinar a rescisão amigável.”

Em jeito de retrospetiva do tempo em que esteve à frente da seleção italiana, Luciano Spalletti teve um comentário curioso: “Retiro o que disse sobre Mancini, sobre a forte seleção que herdei dele. Espero que quem vier depois de mim faça muito melhor que eu e vá ao Campeonato do Mundo. Se fiquei, foi porque acreditei que iria ao Mundial. Houve um mau resultado na Noruega, mas há muito tempo para o compensar ou para o fazer nos play-off.”

Luciano Spalletti lamenta algumas decisões tomadas, sabendo não haver nada a fazer agora.
Foto: Alessandro Sabattini/Getty Images

Derrocada em Oslo poderia ter sido evitada

Instado a comentar a pesada derrota com a Noruega, que ditou o seu afastamento do cargo de selecionador, Luciano Spalletti afirmou: “Lamento sobretudo não ter tido jogadores importantes disponíveis devido a lesões. Chegámos ao jogo da Noruega em condições particulares, com a final da Liga dos Campeões que tirou energia a alguns dos nossos jogadores e com os noruegueses com dois jogos de avanço. Depois aconteceu o que aconteceu.”

Segundo Spalletti, “algumas escolhas acabaram por ser erradas, porque escolhemos as pessoas erradas ou queríamos fazer coisas diferentes”, mas, agora, resta apenas uma coisa a fazer: “Esperava um final diferente, claro. É preciso olhar para trás, para os 22 meses e há que refletir, mesmo que não possa voltar atrás.”

Por último, em relação ao despedimento em si, Luciano Spalletti mostrou-se algo conformado: “A Federação sempre assumiu a responsabilidade. Teria continuado com estes jogadores, como disse depois da derrota contra a Noruega. Por vezes, fico zangado e faço-me de rebelde, mas o meu percurso e a minha história foram feitos com base nestas coisas.”