Jorge Jesus analisa a Liga Portugal

Jorge Jesus é um dos grandes treinadores do futebol português. Depois de ter conquistado todos os principais troféus em Portugal e no Brasil, rumou à Arábia Saudita para orientar o Al-Hilal, que está na luta pelo título e aponta ao Mundial de Clubes do próximo verão.

Numa entrevista ao Canal 11, JJ admitiu que continua a acompanhar a Liga Portugal: “Vejo todos os jogos do meu Estrelinha [Estrela da Amadora] e do Farense. As equipas onde trabalhei têm aquele carinho. E fiquei todo feliz por o Benfica e o Sporting terem passado na Champions League“, acrescentou antes de proceder à análise do campeonato.

“A força do resultado está muito complicada”

A presente edição da Liga Portugal encaminha-se para um recorde de trocas de treinadores, uma situação que “não é muito normal” para Jorge Jesus: “A força do resultado em Portugal está muito complicada. Porque há uma franja de adeptos que, sendo a minoria, conseguem controlar a maioria. Sofrem todos os treinadores.”

Sobre o futebol em estado puro, Jesus também tem opinião: “Individualmente, o Sporting tem jogadores que podem ajudar o treinador, coletivamente, a ganhar os jogos quando as coisas estão difíceis”, afirmou. De modo específico, elogiou Viktor Gyokeres – “um avançado que joga em qualquer parte do mundo” – e o presidente Frederico Varandas – “está a fazer um trabalho espetacular.”

Jorge Jesus tem razão nas críticas às trocas de treinadores?

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O Benfica é um clube especial. Toda a gente quer ser presidente do Benfica“, apontou Jorge Jesus considerando as eleições de outubro de 2025. Então, falou do atual presidente Rui Costa: “É um presidente diferente. Como foi jogador, tem uma sensabilidade para conhecer os defeitos dos jogadores, perceber os treinadores… não é só conhecer o futebol, mas os anos vão-lhe ensinando muita coisa.”

Grandes jogadores e um sonho antigo

Ainda no tópico do Benfica, Jorge Jesus foi questionado sobre o papel de Ángel Di María. Pela capacidade financeira do Al-Hilal, ele tem orientado grandes jogadores e não tem dúvidas: “Os grandes jogadores ajudam sempre mais do que prejudicam uma equipa. Agora, tens de saber como podes valorizar as características deles“, afirmou.

“O Di María hoje não é um jogador que, se o Benfica perder a bola, tem que fechar ou defender com o lateral… esquece. O Di María não faz isso, nem deve fazer na minha opinião. Porque o talento e a capacidade física que se tem que lhe dar, tem de se arranjar outros para fazer isso”, continuou.

Ángel Di María, jogador do Benfica. Foto: Getty Images

Por fim, Jorge Jesus abordou o sonho de ser o treinador com mais jogos na Liga Portugal, ele que tem exatamente 600: “Acho que vai ser difícil. Hoje atingi um patamar que, não só em Portugal mas na Europa, torna muito difícil“, concluiu.