A Gazetta dello Sport faz esta quarta-feira (17) uma comparação entre as exibições de Rafael Leão ao serviço de AC Milan e da Seleção Portuguesa – e aponta a relação difícil com Paulo Fonseca como motivo principal para a diferença de qualidade apresentada pelo jogador com uma e outra camisola.

“Insuficiente para passar”

O conceitudo jornal italiano começa por afirmar que parecem existir “dois Rafas”, um que veste rossoneri e outro que enverga as quinas lusas. E explica-o com números. Ao serviço do Milan, Leão marcou apenas um golo em sete partidas, não tendo ainda mostrado as credenciais esperadas: a sua avaliação média, de 5,6 pontos em 10, é, para a Gazetta, “insuficiente para passar”.

Com Portugal, a história é diferente: destacam “uma assistência e uma exibição convincente” frente à Polónia, e “meia hora de qualidade”, como suplente, na Escócia. O diário faz mesmo uma metáfora para ilustrar a diferença: “Em Milão, Leão luta para acender uma fagulha; com a seleção, brilha com luz própria, apesar da proximidade do craque Cristiano Ronaldo“.

Não poupando as críticas, os jornalistas italianos acreditam que, pelo Milan e até agora, “a contribuição de Rafael Leão em campo foi muito modesta” em golos e assistências, mas sobretudo em envolvimento no jogo e em generosidade. Na seleção, dizem, “Rafa é mais incisivo, mesmo jogando menos, e dá ideia de estar mais disposto a sacrificar-se pelo grupo”. 

A confiança de Martínez

O jornal prossegue a análise garantindo que, em Milão ou pela seleção de Roberto Martínez, o posicionamento tático de Rafael Leão é o mesmo, pelo que a justificação para a intermitência do jogador pode estar precisamente “no banco”.

Após o empate na Escócia, o jogador de 25 anos declarou: “Martínez pediu-me profundidade e para encarar o um contra um. Sinto-me ao mais alto nível na seleção, sinto o apoio de todos. O treinador também tem muita confiança em mim e isso é fundamental para o meu jogo”.

O jornal italiano tem razão no reparo que faz às exibições de Leão?

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Os italianos dizem que, com o sublinhado “aqui tenho a confiança de todos”, Leão parece querer distinguir o que acontece em Milão do que acontece em Portugal, mas que o treinador português não se terá sentido afetado pelas palavras do compatriota.

Os dados mostram, aliás, que Paulo Fonseca tem em Rafael Leão tanta confiança quanto o selecionador nacional: só o deixou de fora do 11 titular uma vez, precisamente no jogo contra a Lazio em que Leão marcou o seu único golo ao serviço dos rossoneri esta temporada. Já na altura se falou de um possível distanciamento entre ambos.

Após o regresso da pausa para as seleções, o Milan concedeu-lhe um dia de folga, pelo que Leão só regressa ao grupo dois dias antes do jogo com a Udinese.

Com as ausências de Calabria e Theo Hernández, o português deverá mesmo ser o capitão da equipa em campo. Mais um gesto com o qual o treinador e o clube reiteram a sua grande confiança no jogador.