Sem rodeios!

Rúben Dias desta vez jogou ao ataque. Nesta quinta-feira (14), o internacional português criticou o calendário de jogos que está cada vez mais preenchido.

O defesa-central chegou mesmo a abordar o tema de uma possível greve, que já tinha citado por Rodri com quem joga no Manchester City.

Excesso de jogos nas pernas

“Para ter um melhor desempenho, é preciso garantir que os atletas estão seguros, mas poucos querem saber dos atletas, mas sim do aspeto financeiro e do lucro. Esta época, especialmente, será a mais louca até ao momento, com o Mundial de Clubes no fim da temporada”, destacou o internacional português que participou no último dia de mais uma edição do Web Summit, em Lisboa.

“Temos de pensar nos jogadores se queremos um bom espetáculo, dando-nos tempo suficiente para recarregar baterias e darmos o melhor espetáculo”, acrescentou.

Dias, que integrou o painel Fazer a diferença, dentro e fora do campo, apontou que os jogadores não estão a ser ouvidos pelas entidades competentes.

“No passado, tínhamos um número de jogos normal. Agora estamos bem para lá desse normal. É cada vez mais desafiante, e nós adoramos superarmo-nos, mas os adeptos querem um bom espetáculo. Claro que querem muitos jogos, mas penso que eles nos entendem”, disse.

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Falta ouvir os atletas

“Temos de centralizar a questão nos atletas, pois somos nós que jogamos. Percebemos a indústria que temos à nossa volta, mas são os nossos corpos que estão em questão. Precisamos de descansar e respirar”, sinalizou, numa declaração que foi bastante aplaudida pelas pessoas que estiveram presentes.

Recentemente, o novo Bola de Ouro Rodri sugeriu que fosse feita uma greve geral.

“Se tiver de ser, é importante estarmos todos juntos e fazê-lo todos juntos, como uma outra situação extrema. Se tivermos de levantar a voz e fazer greve, faremos isso. Todos estamos focados no dia a dia agora, mas, no seu tempo devido, temos de pensar nisso seriamente”, frisou.

O defensor explicou ainda como se prepara para lidar com as críticas.

“Sou muito bom em ignorar. Tudo começa em casa, com o conforto e o amor que eu tenho. Esse é o meu escape. Tem sido sempre dessa forma, mas não é fácil de lidar algumas vezes”, finalizou o jogador de 27 anos que está a recuperar de uma lesão muscular e confessou que espera “regressar em breve”.

Paixão por outros desportos

Mudando de assunto, o atleta afirmou que tem outros amores além do futebol.

“Era muito bom em vários desportos e o meu pai, a dada altura, disse-me que era impossível, que tinha de escolher um. Quando era mais novo, era bom no Karaté, costumava ganhar os meus combates, mas não sei, talvez escolhesse o basquetebol, mesmo que não seja alto o suficiente”, rematou.