Sporting prepara Taça de Portugal e Pote dá entrevista

O Sporting sagrou-se campeão da Liga Portugal. Depois da celebração no último fim de semana, os leões preparam agora a final da Taça de Portugal, onde vão defrontar o Benfica, no próximo domingo (25), às 17h15. O grande objetivo passa por alcançar a dobradinha.

Em entrevista ao Canal 11, Pedro Gonçalves começou por admitir que já recuperei da festa do título. O jogador fez então uma breve antevisão ao duelo decisivo na Taça: “É sempre complicado, um jogo de 50/50, o que pudermos controlar vamos controlar, mas é sempre um jogo com muito stress e ansiedade. Claro que vamos entrar com imensa vontade de ganhar e fazer a dobradinha, algo que o Sporting quer muito.”

Esta temporada, Pote teve de recuperar de uma lesão grave. Ainda assim, acabou por ser chamado à Seleção Portuguesa, o que comentou com emoção: “Acreditamos sempre que vamos ser chamados, mas foi uma época complicada para mim. Mas sempre que tive oportunidade de trabalhar, dei o meu melhor. Estava a ver a convocatória num quarto de hotel com a minha mulher. Ela ficou muito entusiasmada, até lhe caíram lágrimas. Fiquei muito contente.”

“Se pudesse, jogava com eles a vida toda”

Na mesma conversa, Pote falou sobre o ambiente no balneário leonino: “Vários no Sporting entendem os meus gostos e eu os deles. O Daniel Bragança, o Morita… São jogadores do meu estilo”. Citou ainda Trincão e Inácio. “Se pudesse, jogava com eles a vida toda“, confessou. Ainda assim, ele reconhece que o seu comportamento em campo pode ser desafiante: “Dizem que sou chatinho em termos competitivos, mas é a forma de não ficar tão stressado dentro de campo. Por vezes digo coisas no calor do momento, mas resolvo sempre tudo.”

O jogador abordou então a saída de Ruben Amorim do Sporting, confessando a sua tristeza: “O míster foi o treinador mais importante da minha carreira. Tínhamos uma ligação muito forte, principalmente comigo, até a nível familiar. Ficámos tristes… Lembro-me do dia. Eu comecei a chorar. Era uma pessoa que gostava mesmo. Nunca lhe disse para não ir, disse boa sorte.”

Assim, o internacional português recordou um momento marcante da sua carreira, quando o antigo treinador lhe pediu para mudar de posição: “Lembro-me do primeiro jogo, um amigável com o Farense. Ele disse que ia jogar com falso nove… Perdemos 1-0, mas senti que o central vinha muito a mim. Na semana seguinte meteu-me mais nas alas, como avançado interior. Tive muitas conversas com ele, a dizer que a minha posição era a médio.”

“Falámos entre nós e o míster teve o mérito de ceder”

No final da entrevista, Pote foi desafiado pelos comentadores do Canal 11 a fazer várias escolhas entre antigos e atuais colegas de equipa. Começando pela baliza, escolheu “Adán, foi muito importante“. Na defesa, apontou que “Quaresma é um dos meus melhores amigos, mas vou para Neto“. Depois, “Coates, porque é uma lenda do clube“. A escolha seguinte também revelou proximidade pessoal: “O Feddal criou um grupo fantástico, mas escolho o Inácio, um dos meus grandes amigos.”

Mais à frente no terreno, a escolha foi sentimental: “Pedi uma camisola de Moçambique ao Geny, mas tenho de escolher o Porro.” Entre Palhinha e Hjulmand, a decisão recaiu sobre o dinamarquês: “São ambos incríveis… Não são nada parecidos, mas escolho o Morten pelas duas épocas.” Quanto a João Mário ou Morita, o médio optou pelo japonês: “Não fiquei chateado com o JoãoMas adoro o Morita“. Para a lateral esquerda, escolheu Nuno Mendes.

Pote com os seus colegas de equipa no Sporting. Foto: Getty Images

Por outro lado, no ataque, a pergunta foi direta: Pote ou Trincão? “Mando um abraço ao Trincão, muito forte individualmente no remate, passe, condução. Sou fã… Mas escolho-me a mim“. Como ponta de lança escolheu então “o Viktor, apesar do Paulinho ter feito épocas extraordinárias“.

A derradeira pergunta, entre os treinadores Ruben Amorim e Rui Borges, terminou em tom emocional: “[Com Amorim] é uma ligação de amor-ódio, pai e filho, apesar do míster Rui perceber.” Ainda assim, elogiou a flexibilidade do atual treinador, que abdicou do seu 4-4-2 em benefício da equipa: “O grupo já estava muito formatado para o 3-4-3. Falámos todos entre nós e o míster teve o mérito de ceder. Acabou por correr bem.”