Benfica em tribunal
Nesta quarta-feira (9), iniciou-se o julgamento que envolve o Benfica e diz respeito a um alegado esquema de fraude fiscal e falsificação de documentos. Assim, as empresas Benfica SAD e Benfica Estádio, além de três antigos dirigentes, incluindo o ex-presidente Luís Filipe Vieira, estão acusadas de 22 crimes.
A investigação centra-se então em pagamentos fictícios superiores a um milhão de euros à empresa de informática Questãoflexível Lda., externa ao grupo Benfica. O empresário José Bernardes, proprietário da empresa, responde também por branqueamento de capitais. O tribunal, presidido pelo juiz Vítor Teixeira de Sousa, prevê concluir o julgamento até junho.

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O antigo presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, marcou presença no Campus da Justiça para assistir ao início do julgamento do Processo Saco Azul. À chegada, antes de entrar no tribunal, afirmou aos jornalistas que “acredito na Justiça e de certeza que não vai dar nada.”
Luís Filipe Vieira assiste aos depoimentos
O antigo presidente do Benfica sentou-se então na primeira fila do tribunal, onde assistiu aos testemunhos de Rui Costa e José Bernardes. Ele ouviu José Bernardes realçar que não o conhece pessoalmente. O proprietário da Questãoflexível relembrou então que a sua colaboração com o clube começou em 2013, através de outra empresa em que tinha participação,
José Bernardes apenas teve contacto direto com o ex-dirigente Miguel Moreira, na apresentação de um software de contabilidade. No entanto, o empresário salientou que a sua relação com o Benfica foi exclusivamente profissional. “Nunca fui a casa do Miguel Moreira, nem ele à minha”, afirmou. Depois, acrescentou que “nunca estive tão próximo de Luís Filipe Vieira como hoje.”
As explicações dadas por José Bernardes são convincentes?
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No seu testemunho, Bernardes sublinhou também a dificuldade em negociar com o Benfica. Por isso, apontou algumas críticas ao clube e seus dirigentes. “Nunca foi fácil negociar um contrato com o Benfica, pela morosidade e pelo discurso que roçava a agressividade”, disse ao tribunal.
Testemunha a 8 de maio
Após concluir o seu depoimento, Rui Costa pediu para ser dispensado do restante da sessão. O advogado do Benfica apresentou o argumento de que ele precisava de viajar para Barcelos para assistir ao jogo da primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, que o Benfica acabaria por vencer por 5-0. O juiz aceitou o pedido.

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Por isso, Luís Filipe Vieira comentou publicamente que Rui Costa “fez bem” em abandonar a audiência para acompanhar a equipa. A próxima sessão do julgamento está assim marcada para 8 de maio, altura em que Luís Filipe Vieira será finalmente ouvido em tribunal.