Presidente do FC Porto elogiou Martín Anselmi e também Rodrigo Mora
Em declarações ao podcast ‘Men in Blazers’, André Villas-Boas, presidente do FC Porto analisou as diferenças entre clubes europeus e sul-americanos nesta fase da época. “É uma altura difícil para os clubes europeus. Já clubes que têm uma vantagem por estarem no início da época, mais ou menos à 15.ª jornada, os clubes brasileiros e argentinos, por exemplo. Estão frescos e claro que vêm de meios diferentes, mas encontraram recentemente uma estrutura e têm muito talento à disposição.”
Segundo o dirigente azul e branco, mercado de transferências foi um bom espelho das dificuldades que o Mundial de Clubes acrescenta em termos de preparação para a nova época: “Alguns de nós [clubes europeus] tivemos de dar férias aos jogadores e ir buscá-los mais cedo, sem que tivessem tempo para fazer um reset. É quase uma continuação da última época. Testámos recentemente o mercado com a janela especial para o Mundial e foi incrível ver que muitos jogadores não queriam estar nesta competição, porque preferiam descansar para retomarem a competição frescos.” André Villas-Boas alerta: “O calendário está a tornar-se exaustivo e temos mais lesões a acontecer. Os jogadores não podem contribuir para o espetáculo se não estão frescos.”

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Questionado sobre as metas do FC Porto para o Mundial de Clubes, André Villas-Boas não deixa margem para discussão: “Temos uma responsabilidade para com os nossos adeptos de vencer, passar a fase de grupos e nos oitavos podemos calhar com duas equipas importantes, PSG e Atlético de Madrid, e isso aumenta o nível da competição. Queremos estar bem e deixar uma marca para os adeptos emigrantes do FC Porto.”
Martín Anselmi consegue desenvolver jovens talentos
André Villas-Boas destaca a importância do “desenvolvimento de jovens” e, nesse capítulo, realça a qualidade de Martín Anselmi: “Ele tem uma grande história no Independiente del Valle, no desenvolvimento de talentos. Rodrigo Mora é um exemplo que explodiu, foi Vítor Bruno que o lançou, mas esteve excelente com Anselmi. Anselmi tem essa capacidade de desenvolver jovens e de ser provocador no jogo também.”
Quanto ao título e à realidade nacional, o presidente portista acredita que vai conseguir oferecer mais e melhores armas ao técnico argentino: “O FC Porto passou uma altura difícil em termos financeiros, tivemos de reestruturar o clube porque estávamos numa situação sensível, à beira da falência, e resolvemos vendendo jogadores em 12 meses. Na realidade agora estamos numa posição para investir e dar ferramentas a Anselmi para ter sucesso, os adeptos querem o título de campeão nacional de volta.”
Villas-Boas coloca Mora
em patamar galático
Segundo o presidente do FC Porto, Rodrigo Mora é, na atualidade, o exemplo máximo da qualidade azul e branca ao nível da formação: “Em Portugal, estamos muito focados nos jogos. O futebol está na nossa cultura, temos três jornais diários que nos massacram todos os dias. Cada conversa numa família é sobre o clube que escolheram, quem vai ganhar, quem vai trazer mais jogadores ou formar mais jovens. Vão ver o Rodrigo Mora que acabou de fazer 18 anos e é um génio. É uma estrela!”
André Villas-Boas espera, no futuro, poder contar com o regresso ao Dragão de estrelas que se projetaram no FC Porto: “Um regresso a casa de um ex-jogador do FC Porto é muito forte emocionalmente para os adeptos e tentamos sempre estar em contacto com eles, por exemplo, com jogadores como Diogo Jota, Rúben Neves ou Vitinha, que ganharam a Liga das Nações e a Champions, e tentamos manter essa ligação. O FC Porto tem valores intrínsecos e tentamos reduzir a distância para os ex-jogadores. Temos muito orgulho nos seus sucessos e esperamos sempre tê-los de volta no clube.”

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A rematar a conversa e tendo em conta a sua própria carreira enquanto treinador, Villas-Boas elogiou os técnicos portugueses que trabalham dentro e fora do país: “Todos os miúdos querem ser jogadores de futebol nas casas dos portugueses, mas desde o fenómeno Mourinho temos crianças que querem ser treinadores de futebol e tiram cursos para isso. Temos treinadores com muita qualidade nos clubes nacionais e é por isso que vão para o estrangeiro.”