Futebol norueguês em alta
O futebol norueguês está em alta. Jogadores como Erling Haaland e Martin Odegaard brilham nas melhores equipas do mundo. Clubes como o Bodo/Glimt colocam a Noruega no radar das competições europeias. E o campeonato nacional começa a captar atenção internacional, ainda que por razões inusitadas.
No último fim de semana, por exemplo, após o Bryne vencer por 3-1, Axel Kryger foi eleito o melhor em campo. Como prémio, recebeu… um borrego. Este episódio aconteceu pouco depois de outro jogador da mesma equipa, Jan de Boer, ter ganho várias caixas de ovos por se destacar na partida frente ao Bodo/Glimt.
No entanto, o futebol norueguês vai muito além de borregos e ovos. Tal como o futebol nórdico em geral, tem vindo a ganhar terreno na Europa por conseguir responder às exigências dos grandes clubes. Em contrapartida, a aposta na formação fortalece o panorama interno – algo que soa familiar aos adeptos portugueses. Vamos então explorar este fenómeno.
Haaland, Odegaard e muito talento
Ao pensar no futebol norueguês, surge logo o nome de Erling Haaland. O avançado do Manchester City é um dos maiores goleadores do futebol moderno. Formado no Bryne e no Molde, passou então por RB Salzburg e Borussia Dortmund até se afirmar no topo. O seu grande trunfo – e a marca registada do jogador norueguês – é o físico; permite-lhe tanto dominar os adversários como aguentar a intensidade competitiva do futebol moderno.
Por outro lado, Martin Odegaard surgiu como um diamante em bruto no Stromgodset. Embora tenha ingressado no Real Madrid com apenas 16 anos, foi no Real Sociedad que demonstrou que não seria apenas mais um talento desperdiçado. Atualmente, como maestro do meio-campo do Arsenal, mostra que o jogador norueguês não é só força – também tem técnica apurada e excelente leitura de jogo.
Erling Haaland, jogador norueguês do Manchester City. Foto: Getty Images
Além deles, nomes como Sorloth, Ryerson, Ajer, Berge e até Fredrik Aursnes, do Benfica, refletem esta nova vaga de jogadores completos. Enquanto isso, jovens como Andreas Schjelderup, também dos encarnados, mostram que muito talento vai surgir da Noruega nos próximos anos. É essa abundância de talento que fundamenta projetos como o Bodo/Glimt, que exploramos de seguida.
Acreditar no sistema, com Bodo/Glimt
O Círculo Polar Ártico não é o cenário ideal para jogar futebol. Mas há por lá um grupo de atletas vestidos de amarelo e preto que desafia essa ideia. Falamos, claro, do Bodo/Glimt – equipa sensação da Europa League. O primeiro aviso foi dado ao FC Porto, mas agora, até a Lazio caiu pernate este pequeno gigante norueguês, que está nas meias-finais da competição.
O êxito do Glimt deve-se, em parte, a uma das melhores gestões do futebol europeu. Então, o clube faz uma aposta inteligente que não só permite formar jogadores de excelência, como os insere num sistema de jogo atrativo e funcional. Destaca-se ainda a reintegração de atletas que tentaram a sorte nas maioers ligas mas sem sucesso, como Patrick Berg ou Jens Hauge.
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Assim, com jogadores que combinam de olhos fechados, não é preciso relva verdadeira – até porque o clima não o permite – para que o Bodo/Glimt seja gigante na Noruega e sensacional na Europa. Assim, o projeto conduzido por Inge Henning Andersen fora do campo e liderado por Kjetil Knudsen dentro dele é o exemplo perfeito da competência, visão e sucesso do futebol norueguês.
