Em causa está uma dívida
de 175 milhões de euros
O Lyon, orientado pelo técnico português Paulo Fonseca, foi despromovido de forma administrativa ao segundo escalão do futebol francês, por problemas financeiros, decisão que foi anunciada esta terça-feira pela Direção Nacional de Controlo de Gestão (DNCG), que supervisiona as contas dos clubes de futebol em França.
A decisão, ainda passível de recurso, acontece após julgamento convocado pela DNCG há um mês, no qual John Textor, dono do clube francês, assim como do Botafogo, tentou apresentar argumentos e mostrar que, na próxima época, o Lyon cumpriria com as exigências financeiras da Ligue 1, sem sucesso, pois não conseguiu convencer o organismo.

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Os problemas do Lyon advêm das dificuldades financeiras evidenciados pela Eagle Football Holdings, grupo detido por John Textor, cujo objetivo é investir em clubes de futebol e que, recentemente, se viu obrigado a vender a parte que detinha no Crystal Palace (43 por cento das ações), para receber 200 milhões de euros.
Julgamento teve início
em novembro de 2024
Recorde-se que a decisão da DNCG data de 15 de novembro, altura em que o organismo avisou o Lyon de que seria despromovido no final da época se não apresentasse as garantias exigidas devido a uma dívida de €175 milhões. Nessa altura, John Textor garantiu que o clube iria “encaixar várias centenas de milhões de euros nos próximos meses.”
Porém, as promessas do norte-americano não se verificaram, algo que ficou confirmado esta terça-feira, após John Textor, detentor do clube e o diretor de futebol Mickael Gerlinger terem sido convocados pela DNCG para afastar este cenário. Como tal, de forma inevitável, a decisão da entidade francesa mantém-se inalterada e o Lyon está em vias de descer mesmo de divisão.

John Textor vendeu a parte que tinha no Crystal Palace e o Lyon está perto de cair para a Ligue 2.Foto: Lucas Figueiredo/Getty Images
John Textor não altera
postura de otimismo
À saída da DNCG, John Textor declarou: «Sabemos que a DNCG está muito consciente de tudo o que propusemos, de todas as nossas opções. Como podem ver pelas contribuições dos nossos acionistas, investimos novo capital, não só para a DNCG, mas também para o nosso processo de licenciamento da UEFA. Para não mencionar a boa notícia da venda do Crystal Palace.»
Em contraste com o otimismo do investidor norte-americano, os números exibem uma realidade muito diferente. Em 2025, no sentido de tentar garantir a sustentabilidade financeira, o Lyon já vendeu ativos que renderam mais de 100 milhões de euros e a Eagle Football Holding injetou recentemente €83 milhões no clube, contudo, de acordo com a Imprensa francesa, o grupo tem uma dívida global de 500 milhões de euros.

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Agora, o Lyon tem sete dias para reunir novas provas e argumentos e recorrer da decisão, procurando alterar este rumo. É importante recordar que John Textor chegou a acordo, que ficaria sem efeito, para a compra de 25% do capital social da SAD do SL Benfica e foi associado também a uma proposta de 50 milhões de euros por 25 por cento da SAD do FC Porto.