Análise da carreira
Vítor Pereira, treinador do Wolves, fez uma longa reflexão de sua carreira numa entrevista dada ao podcast da Liga Portugal, “Sem Filtros”. O português admitiu que continua “apaixonado” pelo desporto, apesar de ter sofrido bastante no passado.
“Continuo apaixonado pelo futebol, mas procuro viver para desfrutar e é preciso algum equilíbrio. Caso contrário é sofrimento. Sofri muito, mas hoje consigo desfrutar mais pelo equilíbrio que consigo ter, por não dramatizar tanto. Por ver mais o lado positivo do que a vida me tem dado. Por ser mais sereno. Hoje diria ao Vitor Pereira de há 20 anos que devia ter mais juízo, mas naquela altura não adiantava a nada dizer-lhe isso”, disse ele, sorrindo.

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De seguida, Pereira considera que alcançou uma maturidade para enfrentar os momentos complicados. Ele ainda destacou a sua melhora na comunicação e passagens em vários países. Recorda-se que, além de Inglaterra e Portugal, o treinador já trabalhou na Alemanha, Arábia Saudita, Brasil, China, Grécia e Turquia.
“Crescemos mais nos momentos difíceis. Tornam-nos mais fortes. Nós quando temos tendência para dramatizar e quando assim é não se consegue manter o equilíbrio nas emoções. Eu já não dramatizo. Evolui muito em termos de comunicação. Andar pelo mundo e lidar com outras pessoas ajudou-me a crescer. No lidar com situações adversas estou muito mais maduro e experiente. Hoje sou um treinador diferente“, declara o português.
Começo no FC Porto
Na entrevista, Vítor Pereira recordou a sua passagem na formação do FC Porto para ganhar experiência antes de trabalhar com os profissionais. Curiosamente, ele voltou aos dragões para ser adjunto de André Villas-Boas em 2010.
“Os cinco anos de formação no FC Porto permitiram-me experimentar muitas coisas com miúdos de muita qualidade que me permitiram um jogo dominante, de posse, agressivo defensivamente… Decidi sair porque queria treinar seniores“, contou o comandante do Wolves.

Vítor Pereira garantiu a manutenção do Wolves na Premier League. Foto: Getty Images
“Tornei-me aí profissional do futebol e deixei de dar aulas. Depois de dois anos maravilhosos no Santa Clara o FC Porto convida-me para adjunto do André. O convite foi do Porto pois eu nem conhecia o André“, admitiu Pereira.

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Perfil como treinador
Depois de 23 anos longevos como treinador, o português salientou que gosta de ser criterioso nos detalhes táticos na preparação dos jogos. “A minha ideia de futebol vai crescendo. Hoje sou um treinador de pormenor tático e estratégico. Depois de treinarem comigo os meus jogadores ficam habilitados a ser treinadores se quiserem“, completou ele.