“Ele era mais do que um olheiro…”
Faleceu recentemente Aurélio Pereira, o “senhor formação” do Sporting, aos 77 anos de idade. Tanto o futebol português como o clube de Alvalade encontram-se então de luto, sendo que as homenagens dentro e fora do mundo desportivo não têm parado.
Contudo, no dia do seu velório, foi a vez de ser dada a palavra, entre outros elementos, ao Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, o atual responsável máximo do país.
Primeiramente, o professor Rebelo de Sousa falou à comunicação social sobre como era a maneira de ser do agora falecido ex-jogador, ex-treinador e ex-dirigente: “Olheiros há muitos. Mas ele era mais do que um olheiro, era um educador, um formador, uma pessoa que pegava em miúdos de 12, 13, 14, 15, 16, 17 anos, quando eles estão indefinidos, e percebia-os”, começou por dizer.
“Aquilo que ele fez está presente em todos os clubes”, diz Marcelo Rebelo de Sousa sobre Aurélio Pereira
“Atuava quase como um segundo ou terceiro paizinho deles. Tinha intuição e fazia da vida deles uma vida diferente. Isto aconteceu com dezenas. Alguns dos mais ilustres, um deles o mais ilustre [referindo-se a Cristiano Ronaldo] e outros muito ilustres, que serviram a Seleção Nacional e que tiveram projeção cá dentro e lá fora. Ele fazia isso com uma paixão que não era apenas pelo futebol, mas criava uma vida diferente para eles“, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.
Acerca do legado que Aurélio Pereira deixa, Marcelo Rebelo de Sousa disse o seguinte: “O legado é no clube que era o clube dele e por isso aqui está tanta gente desse clube. Também no futebol português todo, porque aquilo que ele fez está presente em todos os clubes, mais importantes, menos importantes, mudando de um lado para o outro e no estrangeiro”, afirmou.

Aurélio Pereira, o histórico olheiro do Sporting. Foto: FPF.
Onde é que será a última homenagem ao “senhor formação”?
“Este legado é de um homem simples, humilde e que vivia cada dia dedicado àquela paixão. Aquele que criou uma felicidade para muita gente na sua juventude, na sua afirmação como pessoas, e prestigiou Portugal“, salientou assim o Chefe de Estado.
O Presidente da República terminou da seguinte maneira: “Foi um pai desportivo mas não foi para um, foi para dezenas e dezenas e dezenas de jogadores. Mudou a vida deles naquele momento em que ela teria sido completamente diversa se ele não tivesse aparecido. Ele apareceu, fez isso, mas depois desapareceu e tinha essa coisa. Não se punha em picos de pés. Sem dúvida, era um homem excecional“, concluiu.

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Por fim, o corpo de Aurélio Pereira esteve na câmara-ardente, na Igreja de São João Baptista, no Lumiar, até às 22h00 desta quarta-feira (09). Ademais, a última homenagem ocorrerá na Praça Centenário, junto ao Estádio José Alvalade, nesta quinta-feira (10) e às 13h00.