Luta contra um cancro
O comentador desportivo Pedro Guerra morreu aos 58 anos, vítima de doença prolongada, após lutar contra um cancro. Nasceu a 3 de março de 1966, em Moçâmedes, no sul de Angola, sendo conhecido como um “acérrimo” benfiquista.
Deixa um legado como uma das figuras mais reconhecidas e controversas do comentário desportivo português. Além do seu envolvimento ativo na comunicação e no universo do Benfica, a sua trajetória abrangeu diferentes áreas, desde a política até ao jornalismo.
Foi comentador do programa desportivo Prolongamento , da TVI24 , entre 2015 e 2020. Para além disso, foi também comentador da CMTV (sobre economia , no programa Mercado ) e da BTV , bem como diretor de conteúdos deste último canal. Ficaram igualmente célebres os seus desentendimentos, em direto, com comentadores de clubes rivais , como Eduardo Barroso e José de Pina (ambos do Sporting ) ou Manuel Serrão (do FC Porto ).
Descansa em paz, Pedro Guerra.
Da Política ao Jornalismo
Pedro Guerra foi também assessor parlamentar do CDS–PP de Paulo Portas, quando este foi Ministro de Estado e da Defesa Nacional. Ademais, trabalhou como arquivista no O Jornal e depois Inês Pedrosa convidou-o para O Independente para desempenhar o mesmo cargo. Contudo, segundo a imprensa nacional refere, foi demovido por Paulo Portas para passar a ser jornalista.
Aliás, foi ele que no Independente publicou a história do envolvimento de Luís Filipe Vieira no roubo de um camião, na década de 1980. Algo que não o impediu, uns anos mais tarde, de ir trabalhar para a Benfica TV, sendo convidado precisamente por Vieira.
Pedro Guerra: “Não tenho medo do senhor Pinto da Costa”
Defensor pertinaz do “seu” Benfica, mas muitas vezes polémico, chegou a ir a tribunal em fevereiro de 2003 após uma queixa por difamação feita por Pinto da Costa e Luís Gonçalves, devido a questões sobre arbitragens. “Tenho pena que o FC Porto me continue a perseguir, mas não tenho medo do senhor Pinto da Costa“, referiu, na altura.
“Devo confessar que, após o almoço, fiquei rendido àquele homem que, anos mais tarde, salvou o meu clube da falência. Percebi que acabara de conhecer um homem honrado, pragmático e muito determinado. Luís Filipe Vieira deu uma lição de fair play”, escreveu, assim, no seu livro, designado por Alma Benfiquista.
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Pedro Guerra faleceu a 15 de novembro de 2024, em Lisboa, após lutar contra um cancro. A sua morte encerra um capítulo marcante na comunicação desportiva em Portugal, deixando um legado que continuará a ser lembrado tanto por admiradores como por críticos.