André Villas-Boas esteve presente na 18ª Conferência do Conselho de Ministros do Desporto e, num longo discurso, abordou a importância de fazer frente à “violência”, “discriminação” e “corrupção” no desporto português.
“No centro das discussões” que marcam o futuro
O FC Porto , através da figura do seu presidente, assume a responsabilidade de ser uma voz ativa na luta pela manutenção do desporto enquanto “raízes-força de evolução das sociedades”.
Villas-Boas ilustra este compromisso, recordando três exemplos recentes das ações do clube na luta por um ambiente competitivo mais saudável e de acordo com os valores associados à prática desportiva.
“ Tornámos pública toda a informação relevante sobre matérias institucionais, organizacionais, económico-financeiras, de planeamento e contratuais. Em conformidade com os mais elevados padrões internacionais de transparência e acesso à informação, prestamos contas. […] um tampão a qualquer operação que favoreça a criação de terreno fértil à corrupção ou até, no limite, ao tráfico humano”.
André Villas-Boas tem feito um bom trabalho à frente do FC Porto?
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Proteger os jovens
Fazendo precisamente a ponte para este tópico, o presidente do azuis e brancos falou sobre Cardoso Varela, “um jovem, de 15 anos, português, de origem africana, que estava a ser formado no FC Porto, vítima de um processo nebuloso”.
Segundo André Villas-Boas, o jogador, “próximo de poder assinar o seu contrato profissional, caiu nas malhas de supostos agentes, que aproveitando a debilidade financeira da família, o desviaram, obrigando-o a fugir do clube que garantia a sua integridade, a troco de uma quantia monetária não compensatória”.
“O FC Porto assegurava a este jovem formação desportiva e formação escolar, suporte social e psicológico, sempre em contacto direto com a família, de forma a garantir o seu desenvolvimento como um todo. Quase foi inscrito num clube de uma liga [ ndR .: a croata] que se escuda num «buraco» legislativo e regulamentar que viola os direitos básicos de integridade. Ali seria sempre e apenas um bem transacionável”.
Os dragões garantem que tomaram medidas legais para a proteção de Cardoso Varela. “Poderíamos ter optado pela via mais fácil. Entrar num leilão desumano, em que os maiores beneficiários seriam agentes que ignoram a vertente humanista do Desporto e clubes que não cuidam verdadeiramente dos seus atletas.
Pelo contrário, investimos os nossos esforços na recuperação do jovem, envolvemos as autoridades policiais e jurídicas nacionais e internacionais, promovemos processo junto das instâncias reguladoras, como as instâncias da FIFA . A razão está do nosso lado e esperamos que este caso seja um dos últimos em que jovens jogadores não são protegidos de interesses obscuros”.
A integridade das competições
O terceiro ponto do discurso de AVB recaiu naquilo que considerou um “ataque à integridade das competições desportivas e à sua manipulação”. Assim, garantiu que “FC Porto só se relaciona com operadores autorizados e reconhecidos legalmente que atuem na área das apostas desportivas. É suficiente? É o mínimo, o que para nós é pouco”.
Finalizando, André Villa-Boas faz uma promessa: “Não viraremos a cara à denúncia, à cooperação ativa com as autoridades e as instâncias judiciais. Queremos e desejamos que muitas das entidades nacionais governamentais e as instituições ligadas ao desporto invistam cada vez mais na auto-regulação, na execução da lei, mas também sejam capazes de passar da omissão e da passividade para a condenação pública e judicial”.
Isto sempre e de “cada que vez que estivermos perante atos bárbaros de violência, discriminação e corrupção ativa e passiva no desporto português”.