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Alisson Becker, guarda-redes de Liverpool e Brasil, recorda morte do pai numa emocionante carta: “As memórias…”

José Agostinho Becker, pai do internacional brasileiro, faleceu de forma trágica durante a pandemia da Covid-19

Alisson Becker, guarda-redes titular do Liverpool. Foto: Getty
© Getty ImagesAlisson Becker, guarda-redes titular do Liverpool. Foto: Getty

“Não parecia possível que alguém como o meu pai…”

Alisson Becker, guarda-redes titular do Liverpool e da seleção do Brasil, escreveu uma carta emocionante e muito tocante. Nela, recordou o falecimento trágico do seu pai durante a altura da pandemia da Covid-19. Ademais, o guardião não conseguiu sequer ir presencialmente ao funeral de José Agostinho Becker, que tinha 57 anos quando foi encontrado morto numa barragem.

Já se passaram quatro anos desde a trágica morte de José e Alisson decidiu, então, recordar a memória do seu pai numa carta dirigida à família e escrita no The Players Tribune, revelando como viveu todos aqueles momentos. “Quando recebi o telefonema com a notícia de que o meu pai tinha morrido estava a um oceano de distância. Estava em Liverpool, a meio da época 2020/21. A morte dele foi repentina, um choque total“, começou assim por escrever.

“A minha mãe ligou-me a dizer que houve um acidente e que o meu pai se tinha afogado na barragem perto da nossa casa. Caiu-me o chão. Não parecia possível que alguém como o meu pai pudesse realmente ter morrido. Ele era um homem de verdade, como dizem. Um homem muito forte“, vincou Alisson.

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Igualmente à espera do terceiro filho, passou por momentos conturbados e difíceis: “Fiquei destruído e nem conseguia pensar no futebol. O médico da minha esposa disse que era arriscado viajar e que teria de ficar em Liverpool com os nossos filhos. Isso foi uma angústia total para ela, porque amava muito o meu pai”, salientou o antigo jogador da AS Roma.

O guardião referiu igualmente o seguinte: “Lembro-me de todas as flores a chegar a nossa casa. Do Van Dijk, do Andy Robertson, do Fabinho, do Firmino, do Thiago…e assim por diante. Todos os meus irmãos. Todos nos enviaram flores, manifestando os seus sentimentos. Aliás, o Klopp permitiu-me ter tempo para cuidar das minhas dores e poucos treinadores seriam tão compreensivos. Ele não era apenas um treinador para mim…era como um segundo pai“, admitiu.

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“Era uma situação impossível [viajar até ao local], porque, quando voltasse, teria de ficar em quarentena num hotel durante 15 dias. A ideia de voltar do funeral do meu pai e ficar preso num quarto sozinho era difícil, mas a pior parte era imaginar a minha esposa ficar sozinha durante tanto tempo. Estava nos últimos meses de gravidez e tudo poderia acontecer”, afirmou o atleta, que inclusive recebeu condolências de figuras como Carlo Ancelotti e Pep Guardiola.

Alisson a dedicar um golo ao seu pai. Foto: Rui Vieira – Pool/Getty Images.

Alisson a dedicar um golo ao seu pai. Foto: Rui Vieira – Pool/Getty Images.

“Pai…é para ti, pai”

Tivemos de assistir ao funeral por videochamada. O meu irmão segurou o telemóvel durante toda a cerimónia e eu pude rezar e chorar com a minha mãe e até me despedir do meu pai no seu caixão. Naquele momento, por mais estranho que pareça, esqueces-te de que está num ecrã. Ou seja, todas as memórias e o amor superam a distância e estás a falar com o teu pai na eternidade“, continuou o jogador de 32 anos.

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Alisson Becker relembrou ainda um duelo entre Liverpool e West Bromwich Albion, em que marcou no último momento: “Estávamos a jogar uma partida crucial contra o West Bromwich, a lutar por uma vaga na Champions League e tínhamos de vencer a partida. O nosso treinador de guarda-redes gritou para eu correr para a área. Não tinha nada a perder. Mas, como guarda-redes, tu nunca, nunca, nunca pensas que vais realmente marcar um golo“, recordou o atleta.

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“Depois, sei que estou cercado por um calor e todos estão a abraçar-me. Foi ainda mais especial porque estávamos com estádios vazios e só conseguia sentir era o amor dos meus companheiros de equipa, que me ajudaram a passar pelo momento mais difícil da minha vida. Lembro-me ainda que depois olhei para o céu e era um daqueles dias cinzentos em Inglaterra. Mas, para mim, o céu estava cheio de luz. Eu ainda disse: “Pai…é para ti, pai”, rematou.

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