Marco Silva comenta Viktor Gyokeres no Arsenal
Marco Silva está atualmente em Portugal, onde decorre o estágio de pré-temporada do Fulham. A partir do hotel onde se encontra hospedada a equipa, concedeu uma longa entrevista ao Canal 11, abordando temas centrais da sua carreira, bem como assuntos ligados à Premier League e ao futebol português.

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O técnico luso começou então por comentar a temporada do Manchester United sob o comando de Ruben Amorim, mostrando-se confiante numa melhoria significativa: “O Ruben sabe que vai ser uma época melhor. Ele é a pessoa para falar das suas dificuldades. Não foi uma época normal para o Manchester United”. De seguida, falou sobre a transferência de Viktor Gyokeres para o Arsenal, tema que gerou bastante discussão.
“Cheguei a falar com o agente do Gyokeres”
Relativamente à ascensão de Gyokeres, Marco Silva recusou uma ideia que circulava na imprensa: “Essa história de que ninguém tinha reparado no Gyokeres é tudo conversa. Não é fácil um jogador ir do Coventry para os clubes de topo em Inglaterra. E, naquele momento, não era um jogador preparado para esse salto. Agora, todos os clubes de meio da tabela tinham reparado. Cheguei a falar com o agente do Gyokeres, mas também tínhamos um avançado de nível mundial, o Mitrovic, muito difícil de substituir.”
Ainda assim, o treinador português deixou vários elogios ao agora reforço do Arsenal: “Notava-se que tinha um poderio físico fortíssimo, boa capacidade de finalização. Aprimorou muito esse aspeto. Pela forma como o Coventry jogava na altura, com espaço, era um jogador que fazia a diferença. E, quando jogou contra o Fulham, por norma tínhamos 60 ou 70 por cento de posse de bola e esse era o jogo ideal para ele.”

Marco Silva, treinador do Fulham. Foto: Getty Images
Marco Silva acredita então na possibilidade do ex-jogador do Sporting vingar em Inglaterra, mas deixa um aviso: “Acho que ele vai encaixar num momento do jogo que o Arsenal também tem. Talvez, de todas as equipas que lutam pelo título, é a que tem o momento defensivo mais consolidado. No momento sem bola, se estiver um pouco mais baixo, vai ter muito espaço para explorar. Têm médios muito fortes e alas também. Num momento de ataque posicional, quando o Arsenal está no seu espaço mais subido, iremos ver a adaptação.”
João Félix? “Esperava que tivesse tido mais impacto”
Noutros temas, Marco Silva demonstrou uma posição clara quanto a um eventual regresso ao futebol português: “Não faço muitos planos. Tem existido essa possibilidade, mas por variadas razões, não aconteceu. Houve hipóteses, umas vezes pelo clube, outras por decisão minha. O meu objetivo é estar concentrado no meu clube e no meu trabalho. Mas o regresso a Portugal acabará por acontecer naturalmente devido à minha nacionalidade e ao meu gosto pelo meu país.”
A propósito de reforços vindos da Premier League, comentou a chegada de Jan Bednarek ao FC Porto: “É um central experiente, mas vem de época muito abaixo ao nível coletivo [Southampton desceu de divisão]. Tem capacidade de liderança, tem jogado numa linha de três. Vamos perceber como será a sua adaptação ao futebol português”. Por outro lado, recusou uma possível transferência de Jorge Cuenca para o Benfica.

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Por fim, o técnico de 48 anos abordou a situação de João Félix, que rumou ao Al-Nassr, admitindo alguma desilusão com o rumo da carreira do internacional português: “Esperava que tivesse mais impacto. A decisão dele faz-me pensar, mas não me surpreende. Falei com um jogador inglês da minha equipa sobre isto e ele perguntou-me porquê. Não consegui explicar porquê. Teve esta oportunidade no Chelsea e eu pensei que tivesse mais impacto”.