O julgamento da morte Diego Armando Maradona está em curso
Continua o julgamento da morte de Diego Armando Maradona, lenda argentina que faleceu em 2020. O processo está a julgar sete profissionais de saúde por negligência. Por sua vez, a acusação denunciou a morte como um “assassinato” e uma convalescença que se tornou num “teatro de horror“.
Por outro lado, Gianinna, uma das filhas de Maradona, acusou o staff médico responsável por tratar o seu pai nos últimos tempos de vida de ter encenado a situação. Um caso polémico e que alegadamente resultou, pois, no falecimento do antigo futebolista a 25 de novembro de 2020, aos 60 anos.
O testemunho durou cerca de sete horas em tribunal e teve naturalmente emoções fortes, com lágrimas e soluços à mistura. Ademais, a mulher de 35 anos disse ter sido mal informada e colocada de parte pela equipa que estava a cuidar do seu pai.
“Manter o pai sozinho”
“Olhando para trás, acho que foi uma encenação. Foi uma peça de teatro que nos montaram, para continuar o que queriam e para manter o pai sozinho, num lugar escuro e feio”, começou assim por afirmar.
Aliás, a filha do ex-craque argentino chorou quando foi transmitida uma gravação de uma reunião entre a equipa médica, a família e amigos próximos do ex-jogador. Esse vídeo retratava, pois, a decisão ligada a Maradona convalescer em casa ou numa unidade de saúde, que seria a recomendação da clínica onde foi operado.

Gianinna Maradona, filha de Diego Maradona, no tribunal. Foto: Marcos Brindicci/Getty Images.
O que Gianinna terá dito sobre a última vez em que esteve com o seu pai?
“Dói muito. Todas estas trocas parecem tão injustas, tudo o que foi prometido [sobre a convalescença] e nunca foi cumprido. Sinto que foi uma manipulação horrível (…) uma peça de teatro desastrosa”, salientou. Após isso, reproduziram um novo áudio, que tinha a psiquiatra Agustina Cosachov como protagonista. Ali denotou maior interesse na vertente jurídica do que na parte clínica: “Aqui, o objetivo estratégico é dar a bola à família (…) a ideia é cobrirmo-nos.”
Gianinna Maradona falou ainda da última vez que viu Diego Armando Maradona: “Estava muito inchado, nem se viam os olhos e tinha a voz de um robô. O Carlos Diaz [psicanalista] disse-me que era normal, por estar deitado, por causa do pós-operatório. Disse-nos igualmente que lhe estavam a dar espaço e que fazia parte do processo, que ele queria estar sozinho”, concluiu.

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Por fim, no processo estão em julgamento o neurocirurgião Leopoldo Luque, a já referida psiquiatra Agustina Cosachov, o mencionado psicanalista Carlos Díaz, a médica e coordenadora da empresa Swiss Medical, Nancy Forlini, o médico Pedro Di Spagna, o coordenador de enfermeiros Mariano Perroni e o enfermeiro Ricardo Almirón. Por outro lado, a enfermeira Dahiana Madrid, também acusada de negligência, terá um processo separado, após pedido de julgamento por júri.