O primeiro dia do julgamento da morte de Diego Armando Maradona
Começou o julgamento da morte de Diego Armando Maradona, que ocorreu em 2020. O processo está a julgar sete profissionais de saúde por negligência. Por sua vez, a acusação denunciou a morte como um “assassinato” e uma convalescença que se tornou num “teatro de horror“.
“Vejam, foi assim que Maradona morreu“, referem na sala. Na primeira manhã da audiência em San Isidro (um subúrbio de Buenos Aires), o procurador Patricio Ferrari provocou um choque coletivo ao mostrar aos juízes uma fotografia do craque argentino, morto na sua cama, com o estômago inchado. “Deixem-nos dizer que não se aperceberam do que estava a acontecer ao Diego”, salientou.
“Mentem-vos se disserem que não participaram no assassínio“, afirmou, então, na sua declaração de abertura. Ademais, garantiu que a acusação provaria que “ninguém fez o que devia fazer” no seio da equipa médica.
"Así murió Diego Maradona" durante el juicio la querella mostró una foto del 10, que recorre el mundo, estaba hinchado
“Homicídio por intenção”: culpados ou inocentes?
Sete médicos – entre eles, clínicos, psiquiatras, psicólogos e enfermeiros – estão a ser julgados por “homicídio com intenção“. Ou seja, é uma situação que ocorre quando uma pessoa comete uma negligência sabendo que pode causar a morte. Portanto, nestes termos, arriscam a ter entre 8 a 25 anos de prisão, num julgamento que deverá prolongar-se até meados de julho e contará com cerca de 120 testemunhas, incluindo peritos, familiares, amigos e médicos de “El Pibe”.
A imagem exibida acima, que terá sido captada no leito de morte e na qual é possível ver o ex-campeão do mundo acamado, muito inchado e entubado, gerou realmente forte impacto entre os elementos presentes na sala, em especial nas filhas do antigo internacional da albiceleste. Aliás, uma delas, Giannina Maradona, tapou a cara para evitar olhar para a fotografia.

Dalma Maradona e Gianinna Maradona, filhas de Diego. Foto: Marcos Brindicci/Getty Images.
“Não cumpriram todos os deveres do seu cargo”
“A verdade é um direito. Hoje, Diego Armando Maradona, os seus filhos, os seus familiares e o povo argentino merecem justiça“, acrescentou o procurador, a propósito das circunstâncias da morte. O falecimento foi, então, registado numa altura em que recebia assistência médica em casa e não numa clínica ou unidade hospitalar.
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“Assumiram voluntariamente esse papel na hospitalização domiciliária e não cumpriram todos os deveres do seu cargo“, acusou. Além disso, considerou igualmente que os arguidos não fizeram o que estava ao seu alcance para garantir as condições de saúde necessárias a Maradona. Uma das lendas do futebol mundial acabaria assim por falecer aos 60 anos de idade, vítima de insuficiência respiratória e paragem cardíaca.

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Por fim, neste processo estão em julgamento o neurocirurgião Leopoldo Luque, a psiquiatra Agustina Cosachov, o psicanalista Carlos Díaz, a médica e coordenadora da empresa Swiss Medical, Nancy Forlini, o médico Pedro Di Spagna, o coordenador de enfermeiros Mariano Perroni e o enfermeiro Ricardo Almirón. Por outro lado, a enfermeira Dahiana Madrid, também acusada de negligência, terá um processo separado, após pedido de julgamento por júri.